Parentes de alcoólatras ajudam a combater o vício

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o alcoolismo como uma doença. E como em toda doença, além da própria pessoa afetada, o mal traz preocupação a familiares e amigos. No caso do consumo exagerado de álcool há uma solução para atenuar a dor dos familiares que, em conseqüência, muitas vezes acaba ajudando ao próprio viciado. O grupo Al-Anon – criado por parentes de alcoólatras norte-americanos na década de 50 -, existe no Brasil desde 1965. No Paraná, hoje são 140 grupos. Há também os grupos chamados AlaTeen, destinados à adolescentes entre 13 e 18 anos. Basicamente os ensinamentos são os mesmos, mudando apenas a linguagem utilizada.

M. B. , uma da coordenadoras do Al-Anon em Curitiba, explicou que o grupo é voltado ao amor. Através das reuniões de uma hora e meia cada, as pessoas trocam experiências e discutem sobre a literatura existente sobe o tema. Com isso, ganham consciência necessária para lidar com os alcoólatras durante o dia-a-dia. “Os alcoólatras são obcecados pela bebida e os parentes ficam obcecados em fazer com que eles parem de beber. Isso acaba fazendo mal para vida de quem vive próximo a alguém viciado e não adianta. Nosso lema é viva e deixe viver”, contou M.B. Ela explicou que o grupo ensina uma mudança diária de atitude. “A mudança tem que ser feita com amor e carinho”, disse, destacando que não adianta brigar com quem bebe, pois isso piora ainda mais a situação.

I.K. freqüenta o Al-Anon há nove anos. Ela contou que tinha dois parentes bem próximos envolvidos com o álcool. Depois que conheceu o grupo sua vida mudou e os alcoólatras de sua família pararam de beber. “Antes eu brigava com eles. Depois que entrei no grupo parei de tentar fazê-los parar”, contou, afirmando que está preparada inclusive se um dos dois parentes retornar ao vício. “Um deles me dizia que não adiantava ir ao Al-Anon que ele continuaria bebendo. Certo dia, vendo que eu não brigava mais com ele , me perguntou se eu não ia brigar. Disse que não e ele me falou que ia parar de beber”, lembrou, destacando que ninguém tem culpa em ter uma doença.

O Al-Anon tem um telefone para informações. Através do (41) 323-9100, no período da tarde, pode se saber sobre os grupos em todo Estado.

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