Um acordo de compensação ambiental da Petrobras, por conta da construção de um oleoduto entre a Refinaria de Araucária, no Paraná, e o Terminal Biguaçu, em Florianópolis, foi o início de uma parceria que tem permitido alocar recursos para a fiscalização e, mais recentemente, para a execução do plano de manejo da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Santa Catarina.
Segundo o geólogo Guy Gomes Siegl, responsável pelos projetos ambientais da Petrobras, o primeiro acordo durou apenas dois anos, até 1997, mas deu início a novas negociações, que resultaram em uma parceria de quatro anos entre a empresa, o Ibama e a ONG Aprender Entidade Ecológica, pela qual a Petrobras doará, até 2004, R$ 440 mil para a gestão da unidade.
Pelo convênio, a Petrobras repassa os recursos à Aprender, que planeja e executa as ações em conjunto com a chefia de unidade, que é do Ibama. “Se os recursos fossem diretamente para o Ibama, iriam para um caixa comum e dificilmente retornariam para a re serva do Arvoredo”, explica Rafael Goidanich, presidente da ong e coordenador do plano de manejo da Rebio.
Através da parceria já foi realizada a reforma da base operacional, na Ilha do Arvoredo, que funciona em um farol da Marinha, de 1883.
Com isso, atualmente a reserva conta com um alojamento para até 13 pessoas, entre fiscais e pesquisadores. Além disso, foram comprados equipamentos – como rádios, computadores, uniformes – e realizadas reformas nas embarcações. “O planejamento de longo prazo, que engloba a região de entorno como zona de suporte, será contemplado no Plano de Manejo, que deve ficar pronto em julho próximo”, diz Goidanich.
Segundo o ambientalista, o diagnóstico está sendo feito pensando em uma reserva biológica marinha, mas o zoneamento pode ser aproveitado mesmo se a categoria da unidade de conservação vir a mudar.
“No entanto, a tendência é manter o “status” de reserva, pois estamos prevendo alternativas para pesca e turismo no entorno, para resolver problemas sociais e diminuir o impacto sobre a unidade. O diferencial deste trabalho, que envolve 17 pessoas, é estar sendo feito – ao contrário da criação da Rebio -, ouvindo a população e os órgãos públicos.”
Fonte: Tribuna da Imprensa