Paraná tem baixa adesão a ensino de 9 anos

O Paraná é o segundo estado que menos aderiu ao ensino fundamental de nove anos, atrás do Amapá. Do total de matrículas paranaenses no ano passado, apenas 5,5% foram para a nova modalidade de ensino, enquanto no Amapá esse número foi de 3,1%.

Ao contrário do Amapá, que têm dificuldades nos meios de transporte, o Paraná apresenta esse baixo percentual pela controvérsia criada no início do ano passado em relação à nova implantação. Pela determinação do Ministério da Educação (MEC), apenas crianças com seis anos completos no início do ano letivo devem ingressar na primeira série, adaptação que deve ocorrer até 2010, aumentando para nove anos a conclusão do ensino fundamental.

Outro fator apontado para o índice reduzido da adesão paranaense pela diretora da Administração Escolar da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Ana Lúcia Albuquerque Schulhan, é que, por aqui, o processo só iniciou no ano passado, após decisão do Conselho Estadual de Educação. ?Muitos municípios não ofertaram o ensino de nove anos em todas as escolas e a rede particular não estava preparada com mobiliário, material pedagógico e recursos humanos apropriados?, explicou.

De acordo com dados divulgados pelo MEC, outro fator chama a atenção ao Paraná: é o único estado que diminuiu o número de alunos matriculados no ensino de nove anos. Em 2005, eram 7,6%, em 2006, 7,4% e, em 2007, 5,5%. ?Não concordo que esse número diminuiu, porque oficialmente não tínhamos esse sistema antes de 2007?, afirmou Ana Lúcia.

O que aconteceu, segundo a diretora, é que alguns municípios utilizavam o sistema de pré-alfabetização (quando crianças de cinco anos ingressavam na primeira série), o que foi contabilizado na contagem do MEC.

Neste ano, a inserção de alunos no ensino de nove anos deve ser ampliada em 40%, em comparação com 2007, quando 50% das escolas paranaenses já ofertavam o método.

Brasil

Em todo o País, o número de alunos matriculados no ensino de nove anos passou de 8,1 milhões para 14,2 milhões, de 2005 a 2007. Isso representa 44,3% das matrículas da rede pública. Entre as regiões, o Sul é a que teve menor crescimento, passando de 8 para 15%.

Houve estados que começaram a mudança antes mesmo que a decisão do MEC saísse. Hoje, Rio Grande do Norte e Ceará são estados que estão com quase a totalidade das matrículas no novo sistema, com 99,4% e 98,4%, respectivamente.

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