O governo do Paraná retomou no mês de maio as cirurgias reparadoras em pacientes com sequelas da hanseníase, que não eram feitas no Estado há 10 anos. Uma cirurgia já foi realizada, 20 estão agendadas e 147 pacientes candidatos a cirurgias estão sendo avaliados por equipes multidisciplinares no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba. As cirurgias marcam também a entrada em operação do centro cirúrgico da instituição, que foi inaugurado em 2008, mas não funcionava por falta de estrutura.

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“Temos uma dívida com os pacientes de hanseníase que foram afastados da sociedade. O Paraná começa a saldar essa dívida com a retomada das cirurgias, mas precisamos evitar que as pessoas adoeçam e cheguem a desenvolver sequelas”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, durante a cerimônia do Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase, na sede da secretaria, em Curitiba, na última sexta-feira (25).

O coordenador nacional do Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas por Hanseníase), Artur Custódio de Souza, disse que o Paraná tem sido exemplo de acolhimento dos pacientes de hanseníase e de seus familiares. Ele lembrou que a Lei 11.520, que reconhece a segregação dos pacientes como crime no Brasil, foi promulgada há cinco anos, mas até agora não ocorreu a regulamentação do artigo 4º, que trata das cirurgias reabilitadoras. “O Paraná sai na frente com a oferta dessas cirurgias e deve ser exemplo copiado por outros estados. Uma cirurgia plástica para correção de deformidades não é estética, é recobrar a autoestima e a qualidade de vida de pessoas que já sofreram com o preconceito e a segregação”, afirmou.

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