Paraná resgata projeto Patrulha Escolar

O projeto Patrulha Escolar 3, que cria a interação entre a PM e a comunidade escolar, foi apresentado ao governador Roberto Requião ontem, durante reunião da Operação Mãos Limpas, realizada no Palácio Iguaçu. O projeto será desenvolvido em parceria com a Secretaria da Educação e será lançado na volta às aulas em todas as escolas de ensino fundamental do Estado.

Requião manifestou preocupação com a infiltração de gangues e de pessoas ligadas ao tráfico nas escolas e determinou o apoio do governo à programas que levem mais segurança às escolas. Esses programas têm o objetivo e ensinar, de forma permanente, noções de Justiça e Cidadania aos estudantes, ressaltando a necessidade constante de combater o crime organizado, o tráfico e a corrupção.

De acordo com o major Anselmo José de Oliveira, responsável pelo projeto Patrulha Escolar 3, policiais militares vão interagir com pais, professores, diretores e alunos para promover a mudança de comportamento de estudantes que causem dificuldades para as escolas. O projeto também poderá ter a adesão da Polícia Civil.

Segundo o major, a presença de policiais militares dentro dos estabelecimentos de ensino cria oportunidades para as crianças e adolescentes aprenderem conceitos como disciplina, necessidade de rejeitar as drogas e melhorar a relação com os colegas. Com esse projeto, a comunidade escolar vai perceber que pode transformar o ambiente de estudo.

Retorno

Programa semelhante a esse já foi desenvolvido durante o primeiro governo de Roberto Requião (1991-1994), com o nome Patrulha nas Escolas. Na época, policiais militares iam até os estabelecimentos que registravam problemas com os alunos que causavam dificuldades para professores e companheiros.

O projeto Patrulha Escolar 3 está sendo adotado em função do aumento da insegurança que ronda a comunidade escolar. O secretário da Educação Maurício Requião disse que algumas escolas do bairro do Boqueirão, em Curitiba, foram obrigadas a permanecer fechadas por um longo período devido às ameaças de gangues e de traficantes, que se infiltravam entre os alunos com o único objetivo de repassar drogas e promover a desordem.

Nessas escolas, o secretário da Educação e o coronel da Polícia Militar, coronel David Pancotti foram obrigados a adotar medidas emergenciais, colocando policiais dentro dos estabelecimentos. A ação está funcionando, mas há o receio que, com a retirada dos PMs, retorne o clima de insegurança nas escolas.

Cidadania

O projeto Patrulha na Escola 3 será complementado com outro programa, o “Justiça se aprende na escola”, que também será lançado para todas as unidades de ensino do Paraná, em parceria com a Secretaria da Educação e a Associação dos Magistrados do Paraná. O programa já existe em alguns deles no Paraná, desde 1997, mas agora será ampliado para todo o Estado.

“O principal instrumento para esse projeto será a distribuição de cartilhas às crianças, escritas por magistrados, em linguagem simples, que trazem conceitos de cidadania, ética, justiça, conscientização sobre os direitos e a forma de exercê-los”, explicou o presidente da Associação dos Magistrados do Paraná, Roberto Portugal Bacelar.

O projeto será implantado inicialmente para alunos da quarta série do ensino fundamental. De acordo com pedagogas, é nessa fase que a criança aprende e não esquece mais. Mas o secretário Maurício Requião pretende estender o ensino de Justiça e Cidadania também para os alunos matriculados na sétima série.

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