Paraná ganha nova unidade de conservação

Esta semana o Paraná ganhou mais uma unidade de conservação para proteger a floresta com Araucária e os Campos Gerais. Com o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, já são quatro áreas deste tipo no Estado criadas este ano. As outras três foram anunciadas durante a 8ª Conferencia das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), realizada no mês passado em Curitiba. Ainda falta ser anunciada a criação de uma quinta unidade, a do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi.

Em 2002 foi montado uma força tarefa envolvendo técnicos do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de universidades e ONGs, para fazer um levantamento da situação dos dois biomas e definir os locais onde seriam criadas as áreas.

As unidades de conservação protegerão matas, campos nativos, nascentes, rios e córregos que abastecem populações urbanas e rurais, além de auxiliar na recuperação da araucária e de proteger outras espécies como a canela-sassafrás, canjerona, canela-preta, imbuia e xaxim. Nestes locais também ficam protegidos animais como gralha-azul, lobo-guará, anta, papagaio-do-peito-roxo e onça pintada.

Mas conseguir criar estas áreas não foi uma tarefa fácil porque ia contra vários interesses econômicos. De acordo com o ex-superintendente do Ibama, Marino Gonçalves, que acompanhou todo o processo, a criação da última unidade foi a que deu mais trabalho. A fiscalização feita pelo Ibama revelou uma série de crimes ambientais em que foram destruídos ou modificados quase quatro mil hectares de campos nativos e de floresta com araucária. Vários autos de infração foram lavrados.

As matas com Araucárias fazem parte da Mata Atlântica, uma das mais ameaçadas do país. O bioma ocupava cerca de 200 mil quilômetros quadrados em estados do Sul e Sudeste, principalmente em planaltos e regiões de clima mais frio. Mas apenas 0,2% da área original da floresta estava protegido em reservas municipais, estaduais, federais ou particulares. Entre 1950 e 1960, a araucária foi a principal madeira de exportação do País, e hoje a floresta com Araucária está praticamente extinta, restando apenas 3% da sua área original em bom estado de conservação, e no Paraná, este índice caí para menos de 1%.

Até agora foram criadas as Reservas Biológicas das Perobas com 8,2 mil hectares e das Araucárias com 15 mil, mais o Parque Nacional dos Campos Gerais com 21 mil hectares e o Refúgio da Vida Silvestre dos Campo de Palmas com 16,4 hectares. O refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi, a ser criado, é o maior deles. Tem 31 mil hectares e se localiza nos municípios de Imbituva, Teixeira Soares, Ipiranga, Ponta Grossa e Palmeira.

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