Paraná em alerta contra infestação de escorpiões

Depois que uma criança de cinco anos foi picada na semana passada por um escorpião em Maringá, noroeste do Estado, o Paraná entrou em alerta para evitar que os bichos se proliferem e se alojem nas casas. A espécie que causou o incidente, chamada Tityus serrulatus, de coloração amarela, é uma das mais perigosas do País. Apesar de não ser nativa, tem se proliferado ano a ano nas cidades do noroeste e oeste do Paraná, principalmente devido a facilidade de adaptação que possui ao ambiente urbano.

Para combater o escorpião, informam as autoridades, a saída é evitar a proliferação de baratas, que são seu principal alimento, e o acúmulo de entulhos nas proximidades das residências, que servem de abrigo aos bichos. No bairro Jardim Alvorada, em Maringá, onde o menino foi picado, a Prefeitura fez um mutirão no último final de semana para remoção de entulhos das residências e terrenos baldios. Cerca de 200 famílias foram notificadas a providenciar a retirada de todo material que poderia servir de alojamento a escorpiões, sob pena de multa em caso de descumprimento, enquanto a Prefeitura se encarregou de remover o lixo.

A medida – explica a coordenadora de Pragas e Zoonoses da prefeitura, Marilda Fonseca de Oliveira – é a única forma de combatê-lo: ?É preciso tirar dele o abrigo e o alimento. Dedetizar as áreas externas da casa pode até piorar, já que o veneno não mata o escorpião, mas pode irritá-lo e fazer com que se desaloje e avance para a residência?. Os escorpiões gostam de locais úmidos e escuros e vivem sob materiais de construção, troncos de madeira ou galerias pluviais.

Em áreas infestadas, as recomendações são usar luvas sempre que for manipular algo no quintal; proteger as frestas das portas e ralos para evitar que entrem à noite em casa, uma vez que eles têm hábitos noturnos; não amontoar objetos embaixo de camas; manter berços afastados das paredes; manter o lixo bem acondicionado e limpar a caixa de gordura para não acumular baratas; tapar buracos e pequenas rachaduras, que podem servir de abrigo ao bicho.

Perigo

Em Maringá, o escorpião amarelo foi encontrado pela primeira vez há seis anos e, de lá para cá, já foram registradas 95 reclamações em 16 bairros da cidade. O biólogo Emanuel Marques da Silva, do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos da Secretaria de Estado da Saúde, afirma que a espécie, bastante perigosa, tem grande capacidade de adaptação no meio urbano e se prolifera facilmente, já que possui apenas fêmeas. Em determinada época, elas põem seus ovos independentemente de um macho para copular. ?Têm o veneno mais tóxico que existe e as principais vítimas são as crianças?, delimita. Ele alerta que a remoção de entulhos e limpeza de terrenos deve ser feita continuamente, caso contrário, dá-se tempo suficiente para o bicho se proliferar repetidas vezes.

No Estado, existem duas espécies nativas de escorpião, de coloração marrom, espalhadas por diversas regiões. No entanto, nenhuma delas possui veneno tão letal quanto o do Tityus serrulatus. O inverno atípico tem facilitado o aparecimento dos bichos, o que exige cuidado da população. No caso de picadas, a recomendação é procurar atendimento médico rapidamente, se possível, levando o escorpião em um recipiente para sua correta identificação. 

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