Ilegalidade

Paraná é o quinto do País em prejuízos com pirataria

A pirataria se tornou uma indústria com dimensões gigantescas em todo o mundo. Estima-se que seja maior, inclusive, que a do tráfico de drogas. Os prejuízos gerados por essa prática ilegal são diversos, como redução de postos de trabalho e de arrecadação, além do fechamento de pontos de vendas.

Somente na cópia de software, o crime causou perdas de R$ 156 milhões para o Paraná em 2007. É o quinto estado com os maiores prejuízos, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

A sensação de vantagem econômica em comprar um produto pirata, mais barato do que um original, continua sendo o fator que alimenta essa indústria ilegal. O combate cresce no País, assim como a legislação vem evoluindo. Mas isso ainda não é suficiente para diminuir a pirataria no Brasil.

Diante desse panorama, entidades que representam setores afetados pelas cópias ilegais e também pela falsificação – quando o consumidor é levado ao erro e acha que está adquirindo um produto original – trabalham em educação e treinamento.

A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), a Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM), a Business Software Alliance (BSA) e a Entertainment Software Association (ESA) promovem, por meio de parceria com o Ministério da Justiça, um programa de capacitação para agentes públicos.

Uma destas edições aconteceu ontem em Curitiba. O treinamento é necessário porque existem dificuldades na identificação de produtos piratas e falsificados. Além disso, quem investiga são os mesmos policiais, por exemplo, que precisam cuidar de outros crimes.

A atenção também está voltada para a internet, meio no qual muitos produtos são disponibilizados. “O problema é chegar nessas pessoas. Os provedores hoje colaboram na retirada de produtos piratas do ar, mas ainda é fácil para quem ganha dinheiro com isso. Os computadores deixam rastros. Mas para pegar informações de servidores, é preciso autorização da Justiça. Nesse meio tempo, o pirata já mudou de identificação para não ser pego”, esclare o coordenador jurídico da APCM, Tiago Aguiar.

Outra dificuldade no combate à pirataria é a aceitação deste crime na sociedade. Quem compra também comete um crime, mas, como o universo do consumo é muito grande no Brasil, a saída é a conscientização. A repressão fica para quem ganha dinheiro comercializando este tipo de produto.

Esse mesmo grupo de entidades também conversou ontem com estudantes de uma universidade de Curitiba e, hoje, tem um encontro com empresários. “Esse é um problema comportamental e a pessoa só pensa na vantagem econômica daquele momento”, afirma a secretária-executiva do Grupo de Trabalho Antipirataria da Abes, Renata Faro.