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Paraná pode divulgar nesta sexta-feira medidas mais duras no combate à pandemia. “Dias turbulentos”, alerta Ratinho JR

reunião paraná
O governador Ratinho Jr convocou na noite desta quinta-feira (25) duas reuniões virtuais de emergência para discutir o cenário da pandemia da covid-19. Foto: AEN.

O governo do Paraná promete publicar, ainda na manhã desta sexta-feira, um novo pacote de medidas mais pesadas para combater a pandemia do coronavírus, que está em alta no Paraná registrando, inclusive, mais 110 mortes e 94% na taxa de ocupação de UTIs, segundo boletim desta quinta-feira (25). De acordo com o governador Ratinho Jr, este é o pior momento da pandemia neste um ano de enfrentamento da doença. “Dias turbulentos estão por vir”, alertou.

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A decisão de implantar um pacote de medidas mais intensas veio após duas reuniões com objetivo de discutir o cenário da pandemia e novas medidas restritivas. Uma foi com os prefeitos dos cinco maiores municípios do Paraná e a outra com todos os presidentes das associações municipais, que congregam as 399 cidades do Estado.

“A ideia é apresentar para a sociedade um pacote de medidas mais duro nesta sexta-feira para conter o contágio e evitar o colapso na rede de atendimento. Queremos construir um esforço conjunto para frear a curva crescente no Paraná. Não é fácil, é uma decisão dura, mas é do nosso ofício tomar decisões difíceis”, disse o governador.

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O governador também destacou que as curvas de infectados e de hospitalizações cresceram muito nos últimos dias, aquém da trajetória da pandemia em 2020. Ele disse que as medidas ajudarão a controlar a contaminação e servirão para ajudar a população, e lembrou que o Estado pode estar sendo impactado pela circulação de novas cepas.

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“Serão dias turbulentos, mas as medidas servirão para salvar vidas. Não podemos ter um colapso na saúde. Vamos vencer mais esse momento. Além disso, há muitos jovens sendo internados, o que antes não ocorria, e houve um aumento de 900% na fila de pessoas precisando de leitos hospitalares. É um cenário gravíssimo”, alertou o governador.

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Quais serão as medidas?

As medidas ainda não foram detalhadas porque foram alvo de discussão com os prefeitos. O objetivo dos dois encontros foi justamente procurar uma uniformidade de decisões com os executivos municipais e discutir necessidades regionais que precisam constar no decreto estadual. As restrições serão apresentadas definitivamente nesta sexta-feira, dia em que ainda ocorrem reuniões para detalhamento das medidas.

“Precisamos do apoio de todos os prefeitos. A vacina causou uma falsa ilusão de proteção. Ela não chegou na quantidade suficiente, mas trouxe esperança, o que fez com que as aglomerações voltassem e as pessoas relaxassem nas medidas básicas de proteção”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “Serão dias de esforço pela frente para que possamos atender as pessoas dentro do nosso quadro de leitos hospitalares”.

Leito de UTI em hospital do Paraná. Foto: Rodrigo Félix Leal / AEN

Ocupação em alta!

Vinícius Filipak, diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, ressaltou que o Paraná alcançou a marca de 11,3 mil mortos e quase 630 mil infectados, e que a rede de atendimento da Covid-19 nos hospitais conta com 1.271 leitos de UTI para adultos e 1.790 leitos de enfermaria, com ocupação acima de 94% no atendimento que requer intubação.

“Mesmo com o tamanho dessa rede, e o incremento dos leitos do sistema privado, nunca tivemos uma ocupação tão elevada, é o maior número da nossa série histórica. São mais de 3 mil pacientes internados, confirmados ou suspeitos, nesse momento. Nunca o Paraná teve esse número simultâneo”, afirmou.

Ele também pediu aos prefeitos que ampliem a testagem na população nos próximos dias e destacou que houve uma diminuição muito brusca na estratégia de mapeamento. “Atualmente a média é de 40% de positivos nos testes do Paraná. Isso é inadmissível porque mostra que estamos testando apenas pacientes sintomáticos e perdendo oportunidade de detectar os demais, que estão circulando. Uma testagem ampla deveria significar 8% a 10% de positivos”, arrematou.