Protesto com sangue

Paralisação de caminhoneiros pode gerar falta de alimentos

Um manifestante morreu atropelado e mais de 20 pontos de bloqueio foram registrados ontem nas estradas do Paraná, em ações de protesto dos caminhoneiros. O movimento ainda não afeta o fornecimento de alimentos e produtos em supermercados e centrais de abastecimento do Estado.

O protesto é nacional contra diversos pontos da “Lei do Caminhoneiro”, em vigor desde o mês passado. A nova legislação limita a jornada de trabalho diária em 12 horas, determina intervalos de 30 minutos a cada 4 horas trabalhadas e repouso ininterrupto de 11 horas a cada 24 horas. Os caminhoneiros querem a suspensão da lei até que o governo construa pontos de paradas nas estradas.

A morte do manifestante ocorreu na BR-369, no trevo de acesso a Mamborê, a 125 quilômetros de Maringá, por volta das 15h30. Ele foi atropelado ao tentar colocar um cone em frente a um ônibus, para impedir a passagem do veículo por um dos bloqueios. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o ônibus vinha de Foz do Iguaçu e estava em alta velocidade, mesmo em meio à concentração de veículos e pessoas na pista.

Desabastecimento

Pelo menos outros 19 pontos de bloqueio foram registrados no Paraná. Um deles, na BR-277, impediu a entrada e saída de veículos de carga no Porto de Paranaguá durante parte do dia. Protestos semelhantes ocorrem em todo o país, convocados pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC).

A possibilidade de desabastecimento de alimentos devido aos protestos preocupa o governo federal e empresas do setor. Porém, até o momento, nenhum problema foi registrado no Estado. “O volume de caminhões diminuiu, mas, por enquanto, não afetou o fornecimento”, diz o gerente da Ceasa de Curitiba, Jaime Dias Noveli.

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