Anderson Tozato/Tribuna
Avenida Cândido de Abreu parou para a diversidade passar.

Curitiba ficou colorida ontem à tarde. Milhares de pessoas se reuniram na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, para participar, ou assistir, a Parada da Diversidade, que reuniu gays, lésbicas, travestis e simpatizantes. Com muita música, dança, fantasias e alegria pediram respeito à sociedade.

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Há 10 anos a parada é realizada na cidade. Segundo cálculos da Policia Militar, pelo menos 15 mil pessoas participaram do evento.

Os manifestantes percorreram toda a avenida atrás de vários trios elétricos, dançando, cantando e reivindicando os seus direitos. Grandes arcos feitos de bexiga e uma gigantesca bandeira com as cores do arco-íris eram empunhados com muita alegria. Tinha gente de todos os tipos e estilos. Desde os bem comportados, até travestis que chamaram a atenção do público com suas fantasias, como a Emília do Sítio do Pica-Pau Amarelo, e outros que optaram pelo luxo, como a miss Curitiba.

?Estamos no século XXI e está na hora de tirar de dentro da mala tudo o que existe na sociedade?, fala Rogério Silva, de 38 anos, que é guei. Ele diz que o preconceito ainda é muito forte. No trabalho, só os amigos sabem sobre a sua preferência sexual. Se a conversa chegar ao ouvido do patrão, que é evangélico, corre o risco de ser demitido.

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Simone Valeixo é lésbica e explica que a manifestação quer chamar a atenção da sociedade, pedindo o respeito. ?Se os outros querem respeito também têm que nos respeitar?, disse. Segundo ela, existe um projeto de lei no Congresso Nacional que criminaliza a homofobia. ?Estamos pedindo o apoio da população para que seja votado. O preconceito precisa ser punido?, fala.

Ana Paula dos Santos também é lésbica e veio de Umuarama com nove amigas, que compartilham a mesma preferência sexual, para participar da parada.

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?A sociedade tem que aceitar a gente, respeitar nosso espaço. Nós também sabemos que temos que respeitar o espaço dos outros, evitando dar beijos exagerados em público?, comenta. Hoje diz que já não enfrenta o mesmo preconceito de antes, nem com a família, nem com o trabalho. ?Mas quando comecei contei para a família e no trabalho foi difícil?, lembra.

Paula Silva, 23 anos, fazia parte do grupo dos simpatizantes. Ela estava passeando com o namorado na feira do Largo da Ordem e ficou sabendo da parada. ?Acho válida a manifestação. Eles sofrem muita discriminação. Hoje em dia não cabe mais preconceito. Eles são pessoas muito alegres e estou me divertindo muito?, fala. Fabrício Alexandre, 22 anos, também é simpatizante. ?É uma forma bem humorada e inteligente de exigir seus direitos, em vez de jogar pedra no Congresso Nacional ou quebrar ônibus?, diz.