Pais lutam para receber indenização de empresa

Sebastião Benedito Moreira e Deusélia Maria Ribeiro lutam para receber uma indenização da empresa de ônibus Cristo Rei. No último dia 12 de maio, o filho do casal, Rafael Antônio Moreira, de 16 anos, foi a única vítima fatal de um acidente envolvendo um ônibus da linha Reno, pertencente à empresa, e um trem.

A tragédia aconteceu por volta das 6h da manhã, nas proximidades do Jardim Mercúrio, quando Rafael voltava de uma danceteria, no Carmo, para casa no bairro do Uberaba, em Curitiba. Segundo testemunhas, o motorista do ônibus não viu o trem, passando pela linha férrea sem diminuir a velocidade. Algumas pessoas também teriam dito à família que ele estava sem óculos, enquanto que em sua habilitação está escrito que é obrigatório o uso de lentes corretivas.

O advogado da família, Karim Abou Fares, revela que, logo após o acidente, a empresa Cristo Rei se mostrou receptiva e disposta a ajudar a família. Porém, algum tempo depois, deixou de atender os pais do rapaz. “Os responsáveis sempre estão ocupados com outra ligação, em reunião ou viajando”, comenta Sebastião.

Valores

O valor da indenização ainda não foi estimada, mas ela pode ser por danos morais e materiais. Por danos morais, que deve ser paga ao pai e à mãe do jovem, pode variar de cem a quinhentos salários mínimos. Por danos materiais, costuma-se diminuir de 65 anos, que é a vida média do brasileiro, a idade da pessoa falecida e, então, multiplica-se pelo valor de treze salários mínimos, que é o número de pagamentos que uma pessoa recebe por ano.

Porém, quem decide os valores a serem pagos é o juiz responsável pelos casos. “Não há dinheiro que pague a vida de nosso filho, mas não queremos que a empresa saia impune”, afirma Sebastião. “O Rafael era um rapaz bom, estudioso e que já começava a me ajudar na função de marceneiro. Ele morreu devido a uma irresponsabilidade. A Cristo Rei deve ser responsabilizada por isso”, pondera.

Cristo Rei

O diretor da Cristo Rei, João Abu-Jamra Neto, nega que a empresa esteja se recusando a atender os pais de Rafael. “Estamos dando toda a assistência que podemos. Quando os familiares quiserem esclarecimentos, podem conversar com nosso advogado, que está sempre disposto a recebê-los”.

Segundo o diretor, a Cristo Rei aguarda um posicionamento de sua seguradora, que está investigando se a culpa não foi do maquinista do trem. Ele nega que o motorista do ônibus estivesse sem óculos no momento do acidente. “Queremos esclarecer a situação e resolver tudo de forma amigável”, afirma.

Voltar ao topo