Operadoras de Saúde ignoram “greve” de médicos

A paralisação dos atendimentos de pacientes vinculados a planos de saúde, realizada pelos médicos paranaenses desde o dia 12, não foi suficiente para que a categoria conseguisse grandes avanços nas negociações com as operadoras. Os profissionais pedem a revisão dos valores pagos pelas empresas para consultas. A média de pagamento fica em torno de R$ 40. Eles reivindicam pelo menos R$ 80.

Segundo o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), João Carlos Baracho (foto), somente duas das 42 operadoras aceitaram rever suas propostas por causa da paralisação. “Infelizmente, a maioria se manteve em silêncio, o que mostra que talvez tenhamos que partir para outras soluções, como a desvinculação dos honorários dos médicos dos planos de saúde, mas isso depende da alteração de lei federal, o que demora muito mais”, explica. Unimed e algumas fundações ficam de fora dessa lista.

Adesão

A categoria se reúne novamente em assembleia no próximo dia 5 para definir as estratégias do movimento. A AMP ainda está fazendo levantamento da adesão dos médicos à paralisação nos municípios. Os números devem ser divulgados na próxima semana, quando os profissionais voltam a atender as consultas normalmente. Baracho garante que não houve desassistência de nenhum caso urgente.

35% dependem de convênios

Dos 20 mil médicos do Estado, 10 mil atendem pelos planos. Cerca de 3,7 milhões de paranaenses – 35% da população – dependem de planos de saúde. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) diz que a negociação por melhor remuneração é acordada entre as partes interessadas, sem sua participação. A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) não se manifestou. (ACB)

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