Pegar um ônibus e ir para o trabalho, para casa ou para as atividades de lazer é uma rotina comum para milhares de pessoas no Brasil. Nas rodovias, os ônibus transportam passageiros que viajam ao encontro de sonhos, desejos, realização, diversão e descanso. Além disso tudo, facilitam a integração e o desenvolvimento de regiões.

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Com os modernos e enormes ônibus dos dias de hoje, é difícil imaginar como a novidade agitou a cidade do Rio de Janeiro em 1908, quando houve a necessidade de transportar pessoas para o local da Exposição Nacional, que marcava o centenário da chegada da família real no Brasil.

Foi o primeiro serviço regular de ônibus a gasolina no País. O veículo era conhecido como auto-ônibus. Antes, o transporte de passageiros era realizado somente com veículos puxados por animais ou por bonde elétrico.

O ônibus começou a fazer concorrência com os outros meios de transportes existentes nas primeiras duas décadas do século XX. Aos poucos, novos modelos foram surgindo, com capacidade para levar cada vez mais passageiros.

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O Rio de Janeiro, por exemplo, chegou a ter um ônibus de dois andares, parecidos com os de Londres, com capacidade para 28 passageiros embaixo e 34 pessoas no andar de cima. Isto na década de 1930.

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Exemplar de 1946 que circulava no Rio, totalmente reformado.

O centenário do ônibus mostra a importância deste veículo no transporte do Brasil. “Desde que foi criado, o ônibus foi o indutor do crescimento das cidades. Levou a população para lugares mais distantes”, lembra Marco Antônio Gulin, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc). Na opinião dele, o ônibus vai continuar sendo o principal meio de transporte no Brasil. “Temos hoje ônibus de 1.º mundo”, comenta.

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Os ônibus também desempenham outra função, fora o transporte de pessoas. É utilizado como espaço itinerante para oficinas, palestras, atividades culturais e até para serviços de saúde, lembra o pedagogo Osvaldo Born, um admirador deste veículo e que faz parte do grupo Omnibus, que reúne colecionadores de material sobre ônibus. São 72 associados, entre paranaenses e catarinenses.

A paixão pelo ônibus pode estar relacionada a situações marcantes da infância, segundo Born. Não existe uma explicação concreta. Mas o fato é que há esta admiração, que chega ao ponto de grupos de encontrarem na rodoferroviária de Curitiba para discutir sobre a paixão, sobre os ônibus e, lógico, ver os veículos chegando e partindo na estação.

Curitiba embarca e revoluciona

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Biarticulados de Curitiba, também chamados de metrôs de superfície.

Em Curitiba, o sistema de transporte coletivo com ônibus se consolidou nas décadas 1940 e 1950. Antes, o predomínio eram dos bondes com tração animal e elétricos. Em 1974, Curitiba revolucionou, colocando em funcionamento os primeiros 20 expressos, com paradas a cada 400 metros e que circulavam em pistas exclusivas. Foram batizados de metrôs de superfície.

Na década de 80, o fechamento dos terminais fez com que os usuários passassem a utilizar roletas de acesso. Assim foi possível implantar a passagem única.

Os usuários podiam trocar de linha dentro dos terminais sem pagar nova passagem. O sucesso da idéia consolidou a RIT (Rede Integrada de Transporte), gerenciada pela Urbanizaç&atild,e;o de Curitiba S.A., vinculada à prefeitura de Curitiba

Além disso, os ônibus articulados com capacidade 80% maior, começaram a substituir gradativamente os antigos expressos. Na década de 90, os ônibus biarticulados, com 25 metros, com capacidade para transportar até 270 passageiros, tomam conta da paisagem, junto com o o Ligeirinho, ou Linha Direta.

Atualmente, a RIT transporta aproximadamente 2,5 milhões de passageiros por dia. São 430 linhas, 33 terminais, 351 estações tubo, frota de 2,6 mil veículos e 28 empresas operando no sistema.