ONGs ligadas a crianças repensam seus métodos

O maior desafio de Ongs que trabalham com crianças é sair do plano do “simples cuidado”, para realizar atividades que contribuam de modo mais significativo para a formação de adultos cidadãos. A afirmação é da coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária, Maria Júlia Azevedo. Para mudar a situação, o centro está promovendo uma capacitação para Ongs e pessoas ligadas ao poder público. Ontem participaram representantes de 12 organizações e técnicos da Fundação de Assistência Social e da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. O encontro vai até o fim da semana.

Maria Júlia explica que muitas Ongs desenvolvem atividades artísticas, esportivas e de recreação, mas não conseguem explorar toda a capacidade de desenvolvimento das crianças. O encontro está discutindo como o trabalho pode ser realizado para contribuir de modo mais significativo para o desenvolvimento dos alunos, seja na parte cognitiva como na parte humana. Uma das idéias é incentivar o hábito da leitura.

O curso promovido pela Fundação Itaú Social já foi realizado no Estado de São Paulo com a participação de 28 Ongs e em Goiás com 12. Em São Paulo as Ongs incorporaram várias mudanças. Uma delas foi deixar de chamar os pais só para falar sobre os problemas das crianças, mas para ver o que de bom elas estavam produzindo. “Isso cria um sentimento de pertencer a algum lugar e é o reconhecimento de que o que eles fazem é importante para a comunidade”, fala Maria. Ela diz ainda que muita coisa que foi discutida na capacitação foi incorporada pelas políticas públicas das cidades que participaram. As 12 ongs que estão no curso em Curitiba atendem cerca de 1.700 crianças. Em novembro será realizada a última parte da capacitação.

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