ONG lembra Declaração dos Direitos dos Animais

A Declaração Universal dos Direitos dos Animais completa amanhã 25 anos de existência. Ontem, em alusão à data, integrantes da organização não-governamental SOS Bicho, fundada no ano passado, foram à Boca Maldita, no centro de Curitiba, para entregar cópias do documento à população e exigir que os direitos referidos sejam realmente cumpridos.

Segundo a psicóloga e vice-presidente da ONG, Rosana Vicente Gnipper, a declaração, criada em Bruxelas, ainda é pouco conhecida tanto da sociedade quanto das autoridades. “O documento é composto de quatorze artigos que asseguram os direitos de todos os animais, sejam eles domésticos ou silvestres, porém, no Brasil e no mundo, ainda é muito desrespeitado”, afirma. “O número de animais que sofrem maus-tratos é imenso, e os responsáveis pelas agressões raramente são punidos por seus atos.”

O desrespeito com os animais começa com o abandono de cães e gatos nas ruas das grandes cidades. Muitas vezes, as pessoas adquirem os bichos ainda filhotes e, quando eles crescem, acabam não os querendo mais. Antes da compra, não pensam se terão espaço suficiente para o animal de estimação viver, se dispõem de tempo para tratá-lo com carinho, de paciência e de dinheiro para a compra de vacinas, medicamentos e alimentos. “Atualmente, em Curitiba, existem cerca de 46 mil animais abandonados”, alerta Rosana.

Nas ruas, os bichos passam fome e ficam sujeitos a agressões e atropelamentos. Porém o desrespeito com os animais também acontece de outras formas e em outros locais, que muitas vezes deveriam dar exemplos de amor e proteção. Rosana revela que, em muitas escolas de Medicina Veterinária, professores e estudantes realizam seus trabalhos utilizando cães e gatos saudáveis. “Estes, muitas vezes, costumam ser submetidos a procedimentos cirúrgicos desnecessários, voltados somente ao aprendizado dos futuros profissionais”, denuncia a psicóloga.

Outra preocupação dos integrantes da SOS Bicho é em relação às empresas responsáveis pela locação de cães de guarda. De acordo com a psicóloga, muitas delas simplesmente largam seus animais nas casas e terrenos a serem protegidos, deixando-os vários dias sem comida, sem água, sem tratamento veterinário e sem terem como se abrigar de sol e chuva. “Muitos acabam ficando doentes e até morrendo”, diz Rosana. “Os responsáveis por estas empresas devem ser punidos.”

A psicóloga lembra que a Lei de Crimes Ambientais prevê até pena de detenção para quem deixa um animal morrer. “Porém, infelizmente, poucas vezes essa lei é cumprida”, lamenta.

Diariamente, a SOS Bicho recebe notícias de animais mutilados, estuprados, baleados, enforcados, afogados e vítimas de outros tipos de maus-tratos. Por isso, deve começar a fazer campanhas mensais de conscientização da população.

Na capital, quem souber de animais que estiverem sendo vítimas de agressões pode denunciar os responsáveis pelo crime na Delegacia do Meio Ambiente, pelo número (41) 356-7047.

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