ONG ajuda na reconstrução de ponte na Serra do Mar

Um grupo de voluntários do grupo Cosmo (Corpo de Socorro em Montanha) – uma organização não-governamental que presta serviços de prevenção de acidentes, resgate de acidentados, busca de perdidos, manutenção e conservação de trilhas de escalada – está ajudando nos trabalhos da ponte do Rio São João, na Serra do Mar. No local, onde descarrilaram 35 vagões da empresa América Latina Logística (ALL) há mais de vinte dias, o Cosmo montou um sistema de segurança para auxiliar as equipes que estão trabalhando na ponte. A equipe deve permanecer no local por mais uma semana.

De acordo com o administrador do Cosmo, Paulo Souza, o grupo começou atuar na ponte dois dias após o acidente, mantendo uma equipe com dez pessoas na região. Por ser uma estrutura metálica, o trabalho apresentou algumas características, que dificultaram o trabalho. Segundo Souza, a dificuldade em operar na ponte é que ela possui muitas arestas, que podem danificar o equipamento. “Aliado a isso, a maioria do material utilizado é de alumínio, que sofre abrasão com facilidade. A areia que entra na corda acaba funcionando como uma lixa que provoca um desgaste muito grande no equipamento”, explicou. Porém, a ponte facilita as ancoragens para a fixação dos equipamentos. Paulo Souza disse que, como boa parte dos trabalhadores que estão no local não tem experiência em escaladas ou rapel, a equipe do Cosmo tem dado o suporte necessário para a locomoção dessas pessoas. “Apesar das dificuldades, tudo vem sendo superado e nenhum acidente foi registrado”, afirmou.

Trabalho

Apesar de ser um trabalho complicado, essa não está sendo a tarefa mais difícil que a equipe já realizou, na avaliação de Paulo Souza. Segundo ele, o resgate de vítimas sempre é mais trabalhoso. “Em um regaste, a cada hora de subida, se leva de oito e nove horas para descer com uma pessoa na maca”, disse. O resgate também depende da condição da vítima. Ele lembra do resgate de um rapaz, feito quase no cume do Pico Marumbi, a 1,6 mil metros de altitude. “Ele estava com uma luxação exposta no pé e perdia muito sangue. Felizmente, o tempo melhorou e conseguimos transportá-lo de helicóptero. Caso contrário, não teria resistido”.

O Cosmo foi criado em 1996, e além desse trabalho, também atua na formação de técnicos de resgate em montanha para a sociedade civil e para organizações do Paraná, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. A entidade é considerada referência nessa área para outros estados.

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