Onças voltam a atacar em propriedades

        Céu Azul ? Donos de propriedades rurais lindeiras ao Parque Nacional do Iguaçu, da Linha Picada Benjamin, em Céu Azul, estão apavorados com os novos ataques promovidos por onças. O último episódio ocorreu há cerca de 20 dias, no Sítio Viapiana, de 70 alqueires. As vítimas foram ovelhas e um cachorro. Temendo outros ataques, o proprietário diminuiu o número de animais na área e os que restaram, foram transferidos para um local distante do PNI. 
        Não é a primeira vez que a propriedade sofre ataques deste gênero. Há cerca de quatro anos, as onças mataram dentro da propriedade em torno de 25 animais entre gado e ovelhas. O proprietário do sítio, José Viapiana, buscou apoio dos órgãos ambientais, como o Ibama, de Foz do Iguaçu, porém, não obteve qualquer assistência.
        Os moradores lindeiros sentem-se inseguros e pedem uma intervenção urgente do Ibama, antes que as onças comecem a atacar seres humanos.
        Mais da metade das 20 propriedades lindeiras ao Parque Nacional do Iguaçu já foram alvo de ataques. Um grupo de produtores está estudando a possibilidade de mover uma ação conjunta na Justiça, no sentido de reivindicar indenizações das perdas relacionadas às mortes dos animais.
        Uma das explicações para os ataques das onças é a falta de alimentação para a espécie dentro do PNI. Consta que nos últimos anos, os porcos do mato, principal alimentação das onças, começaram a migrar para o lado argentino do Parque Nacional do Iguaçu. A escassez de alimento levou então os felinos a procurar comida fora do parque. As onças costumam ainda se alimentar de graxaim, macuco e peixes.
        
        Repovoamento
        O agricultor Valmor Forlin, 37, também é proprietário de uma área ao lado do PNI e diz que já perdeu as contas dos animais que foram vítimas de onças. O último incidente ocorreu há cerca de dois anos, quando perdeu cinco cabeças de gado.  ?O Ibama prometeu indenizar, mas nada foi feito até agora?. Uma das alternativas para cessar os ataques, segundo ele, seria o repovoamento do parque com porcos do mato.
        Em 1998, outro incidente chamou a atenção da comunidade, quando uma criança de quatro anos desapareceu misteriosamente. O pai, Esmeraldo Tomé, 27, na época trabalhava como peão da Fazenda Cassol. ?Desde então, nunca mais vi o meu filho e as primeiras suspeitas eram de que uma onça o teria pego?, disse. Desde o início da semana,  O Paraná tentou vários contatos com a direção do Ibama em Foz do Iguaçu, mas não obteve retorno. (Fonte: O Paraná)

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