É impossível preparar alimentos fritos sem utilizar óleo de soja, de canola, de girassol ou similar. O produto é considerado indispensável à culinária, mas pode causar uma série de prejuízos ao meio ambiente quando descartado de forma incorreta.

continua após a publicidade

Sem saber o que fazer com o óleo de cozinha usado, muitas donas de casa e mesmo funcionários de restaurantes e bares o despejam no ralo da pia ou o enterram no quintal. Com isso, o produto acaba atingindo os rios e poluindo a água.

“Ao jogar o óleo no ralo da pia, o primeiro problema que se tem é o incrustamento do produto na tubulação da casa, que irá gerar gastos com a limpeza do sistema hidráulico. Posteriormente, através da tubulação ou infiltração no solo (quando o óleo é enterrado), haverá contaminação da água”, comenta a engenheira química Adriana Carneiro, especialista em gerenciamento ambiental na indústria.

Segundo Adriana, o óleo fica sobre a superfície dos rios e gera uma sombra que não permite que a luminosidade chegue a microorganismos que vivem na água e fazem fotossíntese. Desta forma, estes microorganismos deixam de existir e dão origem a outros que não necessitam de luz. Estes degradam o óleo e acabam gerando o gás metano, que é considerado o gás do efeito estufa e muito mais poluente que o dióxido de carbono.

continua após a publicidade

“Anualmente, no Brasil, são consumidos 9 bilhões de litros de óleo de cozinha. Deste total, apenas 2,5% têm destino adequado. Após tratado, o óleo pode ser transformado, por exemplo, em sabão, biodiesel e insumo para tintas e cosméticos. A técnica de realização do sabão é bastante simples. Porém, poucas pessoas têm tempo de fazer o produto em casa. Por isso, o ideal é que se tenham postos de coleta do óleo, para que posteriormente o produto seja encaminhado para reciclagem”.

Em Curitiba, existe, desde 2007, um serviço de coleta municipal. O mesmo é realizado em dias específicos da semana, nos terminais de ônibus da cidade, sendo que o óleo deve ser entregue pela população em garrafas PET. Além disso, o produto pode ser trocado por alimentos através do programa Câmbio Verde. Dois litros de óleo rendem um quilo de alimento.

continua após a publicidade

“Anualmente, coletamos uma média de 20 mil litros. Só este ano, já foram 14 mil”, comenta a gerente de limpeza do departamento de limpeza da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gisele dos Anjos. O material coletado é transformado em produtos de limpeza, ração animal e lubrificantes para máquinas agrícolas.