O que era uma via de acesso pra Avenida das Torres, a esquina da Rua Arapongas, em São José dos Pinhais, agora é usada como estacionamento. O trecho foi interditado pra construção de uma trincheira prevista no plano de mobilidade pra Copa do Mundo e, um ano após o evento, a obra ainda não foi terminada.

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A situação reflete um problema que se estende pelo município. Outras oito obras dos corredores Aeroporto-Rodoferroviária e Marechal Floriano, que seriam pra Copa, ainda estão paradas e vão lentamente retomando os trabalhos. Enquanto isso, a comunidade enfrenta os transtornos de estar em uma cidade em obras, além dos prejuízos que afetam principalmente o comércio.

A reportagem da Tribuna esteve em todos os pontos e encontrou obras que ainda precisam avançar bastante, como a alça de acesso que deve ligar a Avenida Senador Salgado Filho à Rua Joaquim Nabuco e a própria abertura da trincheira na Rua Arapongas. Depois de diversos prazos que não foram cumpridos, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), órgão do governo do estado que é responsável pelos trabalhos, prevê que tudo estará pronto até fevereiro do ano que vem.

Uma na capital

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Em Curitiba, apenas uma obra continua pendente. Com mais de três anos em andamento, a requalificação do Terminal do Santa Cândida deve ficar pronta em setembro, conforme a Secretaria Municipal de Obras Públicas. A pasta afirma que o atraso no cronograma se deu por problemas com a empresa responsável pela execução. “Medidas administrativas e jurídicas já foram adotadas pelo poder municipal, inclusive com a aplicação de multas contra a empresa, pra que a obra seja finalizada.”

Ruim pra todo mundo

Há um ano e meio com sua oficina na Av. das Américas, o mecânico Elvis Michel, 36, chegou a ficar três meses sem trabalhar por causa das obras das trincheiras nas ruas Dr. Claudino dos Santos e Joaquim Nabuco. Ele abriu seu próprio negócio depois que a oficina onde trabalhava fechou, também por causa das obras. Desde então espera a conclusão dos trabalhos pra conseguir atender seus clientes.

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“O movimento caiu muito e o pessoal está fechando, saindo daqui. Ninguém sabe quando vai terminar”, diz Michel, que não é o único a reclamar. “O movimento dos comerciantes caiu 70%. Ninguém consegue chegar”, comenta Lara Alvarenga, 20, filha do dono de uma casa de lanches na mesma rua.

Em frente ao Terminal Central a situação se repete. “Ficamos isolados”, comenta o auxiliar de serviços gerais de um aviário, Luciano Gonçalves, 22. Além da queda no movimento, ele aponta também os riscos que o trânsito tumultuado estão causando. “As ruas aqui do entorno eram só pros moradores e agora está uma confusão. Quase todo dia tem acidente”, diz.

Veja o mapa das obras atrasadas