Oeste faz pressão política para reabrir Estrada do Colono

Líderes da região Oeste do Paraná estão tentando conseguir, via pressão política, reabrir a Estrada do Colono. De acordo com o presidente da Associação de Integração Pró-Estrada do Colono (Aipopec) e prefeito de Medianeira, Luiz Yoshio Suzuki, já que a polêmica não se resolve judicialmente, o caminho é tentar resolver o impasse através de contatos políticos.

“Já aumentamos o contato com o secretário-chefe da Casa Civil do Paraná, Caíto Quintana, que aliás é de Capanema ? município beneficiado pela Estrada do Colono ?, e com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu”, contou Suzuki. Além disso, a liderança da Aipopec teve audiência recentemente no Ministério do Meio Ambiente. “Caso as negociações políticas não avancem, não está descartada a hipótese de a população ocupar a estrada e forçar a reabertura”, revelou.

Na segunda-feira, aconteceram mobilizações em Pérola d?Oeste e São Miguel do Iguaçu, onde participaram quase cem lideranças políticas locais. “Existe uma pressão muito grande para que a estrada reabra. E como juridicamente o processo está parado, engavetado, temos que tentar outra maneira”, comentou. O temor, segundo ele, é que a Estrada do Colono permaneça fechada por mais onze anos, como aconteceu no período de 86 a 97.

Liga Ambiental

O coordenador institucioal da ONG Liga Ambiental, Euclides Tom Grando, não vê com bons olhos a iniciativa de reabrir a polêmica estrada. “A minha postura decorre de uma série de estudos, fundamentos. O Parque Nacional do Iguaçu não é só instituído só para proteger as cataratas, mas toda a biodiversidade ali presente”, defende.

Ele lembra que existem no local existem espécies de flora ? como peroba, ipê roxo ? ameaçadas de extinção, além de animais como a onça-pintada. “Além disso, 80% dos peixes do Rio Floriano só existem lá”, salienta.

Estrada

Com pouco mais de 17 km, a Estrada do Colono liga Serranópolis do Iguaçu a Capanema, passando pelo meio do Parque Nacional do Iguaçu. Sem a estrada, a viagem aumenta em cerca de 190 quilômetros. Desde 1986, quando ela foi fechada pela primeira vez, por determinação da Justiça, há muita discussão sobre o assunto.

No dia 13 de junho de 2001, o Exército e a Polícia Federal cumpriram a última ordem de reintegração de posse, com o objetivo de preservação ambiental. A estrada foi destruída e várias mudas de árvores plantadas no local.

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