A ocupação de colégios estaduais pelo movimento que protesta contra as mudanças no ensino propostas pelo governo federal chegou a 50 colégios no Paraná, neste sábado (8). A cidade com mais espaços ocupados pelos estudantes é São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com 19 colégios, e há a perspectiva, segundo a União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes), de aumentar o número em breve. A organização do movimento contabiliza ações em pelo menos 15 cidades do Paraná.

Na sexta (07): Colégio Estadual do Paraná é ocupado por alunos. Já são quase 30 escolas fechadas

“Até agora está tranquilo, sem incidentes”, comenta o presidente da Upes, Matheus dos Santos. Ele explica que é difícil estimar o número de alunos envolvidos no movimento, mas calcula que, neste sábado, sejam oito mil. Alguns diretores contrários às ocupações estariam pressionando os estudantes e ligando para os pais, pedindo que busquem os filhos. Para Santos, a declaração do governador Beto Richa, que afirmou que os alunos não sabem por qual motivo estão protestando, acirrou os ânimos. Richa também divulgou um vídeo defendendo o amplo debate da proposta do governo federal e garantindo que todas as disciplinas serão mantidas no currículo do ensino médio.

A mobilização dos estudantes é centrada contra a Medida Provisória (MP) 746, que prevê alterações no ensino médio brasileiro, que propõe, entre outras mudanças, a transformação da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização da escolha das disciplinas. Caso isso ocorra, as alterações seriam realizadas gradualmente, a partir do fim da discussão do currículo comum das escolas, prevista para acabar em 2018 ou 2019.

Protesto

Um evento público está sendo organizado para manifestar, neste domingo (9), a discordância de estudantes de Curitiba e região metropolitana. O ponto de encontro está marcado para 15 horas, na Praça Santos Andrade. O trajeto ainda não foi divulgado. O presidente da APP-Sindicato, dos professores estaduais, Hermes Silva Leão, confirmou a participação da categoria no protesto, que deve contar com a presença de representantes de outros movimentos sociais.