A extensão da Linha Verde Sul, no Pinheirinho, virou grande transtorno para moradores e comerciantes da região. As obras, financiadas com recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) da Copa, estão paradas desde agosto. Restaram apenas o entulho, imensos buracos e os desvios na rodovia, que atrapalham o trânsito e ameaçam a segurança de motoristas e pedestres.

continua após a publicidade

O trecho de 1.700 metros da Linha Verde entre o Terminal Pinheirinho e a Rua Isaac Ferreira da Cruz é uma das nove obras de mobilidade urbana incluídos no projeto de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014. Com orçamento de quase R$ 15,5 milhões, o projeto prevê a implantação de dez pistas, corredor exclusivo para ônibus, ciclovia, paisagismo e novas calçadas ao longo da rodovia.

As obras começaram em março, com impacto direto no trânsito, transporte coletivo e, consequentemente, no dia a dia da população. Ruas foram bloqueadas ou tiveram o sentido alterado e 23 linhas de ônibus mudadas. A previsão de conclusão dos trabalhos é para janeiro do ano que vem.

Prazo

continua após a publicidade

Os moradores da região, porém, têm certeza que o prazo não será cumprido. Relatam que há pelo menos dois meses o canteiro de obras foi desmontado e não há nenhum operário trabalhando na rodovia. “Desmontaram tudo e só deixaram buraco, sujeira e o serviço pela metade. O povo desvia daqui e nós só levamos prejuízo”, diz a comerciante Eloina Decol, proprietária de uma lanchonete às mara Linha Verde

Perigo na rodovia

Quem percorre a região percebe facilmente os transtornos que as obras abandonadas causam no trânsito da região. Desvios com sinalização precária, a pista principal interditada e falta de calçadas atrasam e colocam em risco motoristas e pedestres. “Têm acontecido muitos acidentes”, confirma Renato Padovan Júnior, gerente de loja de peças automotivas na beira da rodovia.

continua após a publicidade

Sem gente para trabalhar, grande quantidade de material de construção está abandonado na pista e os trechos com asfalto novo já começam a se deteriorar. “Está uma vergonha. O dinheiro do povo não é para ser jogado no lixo. Se tivessem deixado como antes das obras, estava melhor”, protesta o aposentado Hilário Molossi, que mora a poucas quadras do viaduto da Avenida Winston Churchill.

Burocracia

A prefeitura de Curitiba confirma que as obras foram paralisadas em agosto e diz que não há previsão para a retomada. A administração municipal culpa a Caixa Econômica Federal, que não teria repassado os recursos para a obra. A falta de verbas teria levado a construtora Empo, vencedora da licitação, a pedir rescisão do contrato. A Tribuna entrou em contato com a Caixa e com a Empo, mas não obteve resposta.