As obras no Contorno Norte de Curitiba, entre a Avenida Manoel Ribas e a Rodovia dos Minérios, devem finalmente, ser concretizadas. De acordo com o líder do PT na Câmara Municipal, vereador Nilton Brandão, integrante da comissão que intermediou a negociação entre os moradores de treze bairros afetados e o governo do Estado, a previsão é de que as obras comecem entre 10 e 15 dias. O anúncio oficial pelo governador Roberto Requião deve acontecer apenas na semana que vem.
“Finalmente compatibilizamos as questões ambientais, financeiras, os custos”, comentou o secretário estadual de Transportes, Waldyr Pugliesi. “Estou muito satisfeito, porque vamos realmente resolver um problema grande e difícil. Houve total sensibilidade do governador Roberto Requião.”
Seguno o vereador Nílton Brandão, a situação se tornou insuportável. “Os caminhões pesados vêm passando por ruas que não são apropriadas, as casas começaram a rachar, o trânsito contínuo tem provocado acidentes e mortes”, apontou.
As obras, segundo ele, estão orçadas em R$ 7 milhões -dinheiro que deverá vir do Tesouro estadual. “O principal impasse era com relação à origem da verba. A prefeitura deve para o governo do Estado R$ 7,5 milhões, já que o contorno está sendo feito com 50% de recursos do governo do Estado e 50% da Prefeitura. O ex-governador Jaime Lerner gastou R$ 15 milhões, mas não houve contrapartida da prefeitura”, explicou.
O impasse não foi resolvido, mas, segundo o vereador, o governo entendeu que se trata de uma emergência. Segundo o vereador, os bairros mais atingidos em Curitiba são Santa Felicidade, São Brás, Pilarzinho, Lamenha Pequena e São Louenço. O problema também afeta Almirante Tamandaré.
Presente de Natal
Em meados de setembro, o secretário Waldyr Pugliesi informou que a idéia era reiniciar as obras até o fim do ano. “Os moradores da região estão sofrendo e esperam que o governo Requião possa dar esse presente de Natal”, afirmou. Na época, o secretário explicou que faltavam dois trechos do lote 2 para serem concluídos: um de 670 metros, próximo à Avenida Manoel Ribas, e outro de 1.440 metros, próximo à Rodovia dos Minérios.
“Deveria haver asfaltamento dos dois trechos, mas o lote 2 não ficará completo se não executarmos as alças em torno da Rodovia dos Minérios. Em relação às alças, estamos fazendo um novo projeto para ver se a gente consegue um bom resultado por um preço menor que o estimado”, afirmou o secretário, na época. Segundo ele, a secretaria conseguiu reduzir os custos, se comparado à gestão anterior. Dos 8,7 km do lote, ainda faltam quase 5 km para serem feitos – cerca de 2,1 km, referentes aos dois trechos que precisam ser asfaltados, e cerca de 3 km das alças.
Já a alegação do procurador-geral do município, Maurício Sá de Ferrante, sobre a verba é de que o convênio foi de fato firmado em meados de 1999, mas expirou em 2002. Mesmo assim, disse que está em negociação com o Estado para estudar a possibilidade de celebrar um novo convênio. “O município não nega a existência do convênio, mas não há como fazer o repasse se ele não está mais em vigor”, explicou. Segundo ele, como era para a obra ter sido concluída até 2002, o valor não entrou na previsão orçamentária de 2003.