Objetos encontrados em pneus é o hobby de João

O hobby começou há quase dois anos. Hoje ele tem quase três mil pequenos objetos

O borracheiro João Santana Rocha, de 33 anos, tem uma mania peculiar. Há cerca de dois anos, ele prega em uma placa de isopor todos os pequenos objetos que encontra nos pneus furados. Ao todo, calcula João, são quase três mil itens, entre pregos, cacos de vidro, chaves e até eixos de bicicleta. A placa fica exposta na parede de sua borracharia, localizada na Vila Hauer, em Curitiba.

Ele conta que começou a guardar as peças porque muitos motoristas duvidavam que havia mesmo algum objeto cortante no pneu. “Eu guardava e mostrava para que eles vissem que não era mentira. Alguns, inclusive, chegavam a pedir o objeto para mostrar ao patrão”, revela. Borracheiro há seis anos, João conta que a placa desperta a curiosidade de seus clientes e também serve como consolo. “Muitos chegam aqui inconformados porque passaram por cima de um prego, por exemplo. Daí eu mostro o isopor e digo que isso é mais comum do que imaginam.” Para ele, tantos pregos e outros objetos cortantes nas estradas são resultado da circulação de caminhões velhos. “Os pregos caem das carrocerias”, supõe.

Com bom humor, João Rocha admite que vive às custas de desgraças alheias. Mesmo assim, reclama que o movimento não é tão bom como quando iniciou no ramo. “Em épocas boas, eu recebia de vinte a trinta pneus furados por dia. Já cheguei a consertar de dez a doze pneus de caminhão em um só dia, enquanto agora, às vezes, não faço um caminhão sequer”, lamenta.

O preço cobrado no conserto de um pneu de carro é R$ 4,00, enquanto no de caminhão é R$ 10,00. Para João, a queda no movimento tem explicação. “Antes havia mais empresas aqui perto. Também com as câmaras de ar, mesmo com um prego no pneu, ele demora a murchar e o motorista leva dias para descobrir que está furado.”

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