Verde

Novos parques de Curitiba devem ser inaugurados em outubro

Um parque na Fazendinha e outro na CIC que, somados, têm 200 mil m² de área, e a garantia de que a cidade poderá contar com mais áreas verdes em reservas particulares. Esses benefícios ambientais foram garantidos por decretos assinados pelo prefeito Luciano Ducci, nesta sexta-feira (14).

Em outubro de 2013, Curitiba ganhará os novos parques, em obras desde junho deste ano, e que fazem parte da bacia do rio Barigui, nos bairros Fazendinha e CIC. Mas desde já, a cidade conta um instrumento para o aumento das RPPNMs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural Municipal), com a criação, pelo prefeito, do certificado “Eu preservo RPPNM”, uma forma de reconhecimento e incentivo para as construtoras que adquirirem potencial construtivo de uma reserva natural.

Além disso, Luciano Ducci assinou um decreto que garante aos proprietários das reservas maior flexibilidade para a utilização das áreas, onde serão admitidas atividades de baixo impacto, compatíveis com a conservação da vegetação e da biodiversidade e ainda a a possibilidade de construir até três residências dentro de cada reserva.

“O maior objetivo é estimular outros proprietários de áreas verdes a transformarem suas propriedades em RPPNMs e assim permitir a conservação destas áreas para que as futuras gerações tenham acesso a elas”, afirma o prefeito Luciano Ducci.

Curitiba tem hoje 11 Reservas Particulares, o que significa mais de 80 mil m2 de vegetação nativa preservada. A secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias explica que as principais vantagens concedidas ao proprietário de uma RPPNM é a redução ou até mesmo isenção do IPTU e a possibilidade de comercializar o potencial construtivo da área.

“Esta parceria entre o município e a sociedade é essencial para a conservação da biodiversidade em Curitiba”, diz. Ela informa que não há exigência de área mínima para que uma propriedade se torne uma reserva, mas ela deve ter no mínimo 60% de cobertura florestal. “Cada nova RPPNMs significa um benefício para toda a sociedade”, garante Marilza.

Além das 11 RPPNMs consolidadas, Curitiba tem mais de 20 reservas em processo de implantação. A primeira foi criada em 2007, na área de preservação do Rio Cascatinha, na bacia do Barigüi, e tem 8 mil m2 de floresta com Araucárias, além da mata ciliar.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal é um dos mecanismos que contribui para que a cidade seja um exemplo em ações ambientais e de sustentabilidade. A manutenção de um bosque nativo ajuda a conservar e recuperar a biodiversidade e melhora a qualidade de vida dos moradores.

Novos parques – Com os parques Guairacá e Ananaí, Curitiba passa a ter 24 milhões de metros quadrados de área verde, somando parques, bosques, praças e reservas particulares espalhados pela cidade.

Os novos parques têm grande importância ecológica e social. As áreas que estão sendo transformadas em parques amenizam o impacto das chuvas e reurbanizam a região. Os novos espaços de lazer e preservação ambiental ocupam uma faixa de 210 mil metros quadrados, numa extensão de quase três quilômetros, às margens do Rio Barigui.

A secretária do Meio Ambiente, Marilza Dias, explicou que os dois novos parques são parte de um projeto grandioso, o Viva Barigui, que prevê um único parque de 45 quilômetros de extensão formando um corredor de biodiversidade e de infra-estrutura às margens do rio Barigui.

“O grande parque linear do Viva Barigui mostra visão de futuro e planejamento estratégico”, disse. Por ações como esta, segundo Marilza, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu Curitiba, no final do ano passado, como a cidade brasileira que mais faz pelo meio ambiente.
Com eles, Curitiba passa a ter 23 parques. Além dos dois novos parques lineares, há outros dois em obras, o da Imigração Japonesa e o da Vista Alegre das Mercês, que será o 25º parque da cidade.

Viva Barigui – As duas novas áreas integram o projeto do Parque Linear do Barigui (Viva Barigui), que interligará parques, bosques e áreas de lazer já existentes com novas unidades de conservação que serão instaladas, formando um corredor de biodiversidade e de infra-estrutura às margens do rio Barigui.

O custo dos dois novos parques é estimado em R$ 19,7 milhões, numa parceria da Prefeitura de Curitiba com a Agência Francesa de Desenvolvimento. As áreas para implantação dos parques foram incorporadas ao patrimônio municipal por meio de instrumentos legais como pagamento de dívidas com o município, potencial construtivo, desapropriação e relocação de famílias em áreas de invasão.

No Guairacá, na Fazendinha, o novo trecho do parque Linear do Barigui terá cerca de 120 mil metros quadrados, numa extensão que acompanha as margens do rio desde a rua Dionira Klemtz até o parque Cambuí. Nesse trecho, uma grande área de lazer será conectada ao Bosque da Fazendinha.

Ao longo do parque está sendo implantado um lago, feitas obras de drenagem, terraplanagem, paisagismo, recuperação da área de preservação permanente existente, instalações elétricas e hidráulicas e construção de ponte, passarelas e área de lazer.

Entre os equipamentos estão pista de caminhada compartilhada com bicicletas, quadras esportivas, playground, iluminação, além da recomposição da mata ciliar com vegetação nativa.

O parque Ananaí, com área total de intervenção de aproximadamente 110 mil metros quadrados, sendo 87 mil de parque, está sendo implantado na CIC, na Rua Bernardo Meyer, desde a Rua Senador Accioly Filho até a Avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que abrange ainda trecho do parque Mané Garrincha e da Rua Ursulina Visinoni.

A obra inclui área de lazer, galerias de águas pluviais, passarelas, paisagismo e plantio de vegetação nativa para recuperação da área de preservação permanente, pavimentação e iluminação viária e do parque.

Os nomes – O Parque Guairacá, na Fazendinha, ganhou o nome numa homenagem ao grande chefe indígena das doze tribos guaranis, o Cacique Guairacá. No hino de Curitiba, também há uma homenagem ao chefe indígena: “cidade linda e amorosa da terra de Guairacá…”

O nome Ananaí foi inspirado numa ave de pequeno porte existente no local onde o parque está sendo construído. A palavra Ananaí vem do tupi-guarani e significa marreco.