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A Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos, Inativos e Pensionistas (Amai) do Paraná deve entrar nesta segunda-feira (03) com um novo mandado de segurança na Justiça.

A informação foi repassada pelo presidente da instituição, coronel Elizeu Furquim. De acordo com ele, este mandado de segurança está relacionado ao curso de formação de oficiais do Guatupê. “Para frequentar, é preciso um pré-requisito. Curso de Direito para os combatentes e de Engenharia para os bombeiros”, explica.

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Este é o segundo mandado de segurança impetrado pela Amai nos últimos 40 dias. O primeiro, motivo de muita polêmica, foi a exigência da aplicação da Emenda 29 da Constituição Estadual, que estabelece que os novos policiais militares que forem contratados precisam ter formação superior.

A associação é contra a prorrogação feita pelo governo do Estado no último concurso para a Polícia Militar, em 2009, no qual não era exigido curso superior. A prorrogação vale até junho de 2012. Com isto, a intenção do governo estadual era contratar dois mil novos policiais dentro do programa Paraná Seguro.

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De acordo com Furquim, há defasagem no número de policiais militares há mais de 20 anos e que, agora, as contratações não podem ser feitas de maneira errada.

“É preferível retardar mais alguns dias, se for dada a razão ao governo, do que depois ser determinada a inconstitucionalidade. O drama pode ser muito maior”, argumenta Furquim.

Ele informou que o Tribunal de Justiça já citou o governo do Estado para responder sobre o assunto. Novidades devem surgir ainda nesta semana. “Nós não queremos que o governo entre em uma fria. Só a certeza de que tudo vai correr bem. É preciso que a Constituição do Estado seja preservada”, considera Furquim.

Os aprovados no concurso de 2009 não aprovam a atitude da Amai. Para eles, o concurso é anterior à aprovação da Emenda 29 e, por isto, não pode ser regido por uma nova regra.

“Já era previsto no edital a prorrogação. A gente já está preparado para estas novas vagas. Quem mais vai ficar no prejuízo é a população, que vai ter que esperar por um novo concurso, mais a fase de formação do policial”, comenta Celina Ferreira Gomes, integrante da comissão Aprovados em Espera, criada pelas pessoas que passaram neste concurso da PM de 2009.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Teodoro Scheremeta, garante que o governo do Estado não prorrogaria o concurso público se não houvesse segurança para isto.

“Não é possível mudar a regra durante o andamento. Assim entendem o governo do Estado, a procuradoria, a assessoria jurídica da PM. As pessoas acham que o governo ou que a secretaria de segurança pública seriam insanos quanto a um ato que daria errado. Quanto mais tempo isto for discutido, mais vai demorar a contratação dos policiais”, opina.

A contratação estava prevista para dezembro deste ano, mas pode ser adiada para março de 2012 em virtude das discussões. São cinco mil aprovados no concurso de 2009.

De acordo com o comandante, o governo já estuda um novo concurso público e este sairia conforme as determinações da Emenda 29. Scheremeta critica a Amai e questiona o fato da associação ter entrado com o mandado de segurança antes mesmo da realização de uma assembleia para discutir o assunto.

O presidente da Amai diz que a diretoria da instituição tem a prerrogativa de antecipar uma decisão da assembleia diante de interesses da sociedade e das partes envolvidas.