Nova tarifa de ônibus vira guerra de informações

Quem está dizendo a verdade? Como já é de costume para a população, as informações desencontradas entre Urbanização de Curitiba S/A (Urbs) e Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec) desde o final de janeiro, prosseguiram na tarde de ontem e a indefinição sobre o anunciado reajuste na tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) permanece. Mas, o episódio teve desdobramentos ontem, após troca de acusações entre as duas entidades. Cada uma sustenta uma versão do que foi discutido e decidido na reunião fechada da última sexta-feira, entre técnicos, o presidente da Urbs, Sérgio Tocchio, e o da Comec, Alcidino Pereira.

De acordo com Alcidino, o encontro tratou somente do ofício que o governo do Estado enviou à Urbs, no dia 22 de março, repassando para a entidade o controle financeiro de toda a RIT. Do outro lado, Tocchio afirmou em entrevista no mesmo dia da reunião, para três órgãos de comunicação da capital, que tinha entregue para a Comec uma carta apresentando três propostas sobre os valores da tarifa do transporte coletivo. O presidente da Urbs ainda confirmou que só aguardava uma posição do órgão ligado ao governo do Estado para implantar o reajuste.

Alcidino Pereira afirmou que não recebeu qualquer documento da Urbs. Ele diz que se surpreendeu com a divulgação de que havia recebido as propostas. “Não aconteceu nada disso. Em nenhum momento na reunião foi discutido propostas de reajuste. Não sei porque o Sérgio se pronunciou daquela maneira”, declara.

O presidente da Comec também ressaltou que entrou em contato com Sérgio Tocchio na tarde de ontem, para pedir esclarecimentos sobre o que estava circulando na imprensa. A explicação teria sido que houve uma “má interpretação?? por parte dos órgãos de comunicação que estavam no local da reunião. “É engraçado. Eram três meios de comunicação e os três cometeram um erro? Nunca vi isso. Participei da reunião e mesmo assim não dei entrevista. Eles estão plantando notícia e empurrando com a barriga para evitar uma decisão”, completa Alcidino.

Prefeitos

Outro episódio bastante divulgado também teria sido “notícia plantada”, segundo Alcidino. Ele conta que a divulgação da decisão dos prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), discordando do ofício do governo encaminhado para a Urbs, não foi verdadeira. O presidente da Comec afirmou que conversou com a maioria dos prefeitos da RMC e nenhum deles concordou com o que tinha saído. “Além de não concordarem com o que estava acontecendo, metade deles não compareceu à reunião. Eles têm poder pleno para decidir se aumentam ou não a tarifa. Toda essa demora parece uma campanha para sujar a imagem da Comec e do governo”, diz.

Segundo a assessoria da Urbs, Sérgio Tocchio está aguardando a posição que a Comec vai tomar com relação às propostas entregues, para depois se pronunciar. A assessoria ainda afirmou que o ofício do governo que chegou até a Urbs ainda está sendo analisado pela Procuradoria do Município. Por enquanto, as tarifas continuam as mesmas, sem data certa para um reajuste: R$1,70 para as linhas urbanas e R$ 1,65 para as linhas metropolitanas.

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