Orientação sexual

Nova polêmica envolvendo as pulseiras do sexo

Discutir a implementação de políticas públicas para a orientação sexual de jovens e adolescentes, com o objetivo de prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Essa foi uma das medidas sugeridas pelo promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente do Ministério Público, Murillo José Digiácomo, que participou ontem da audiência pública sobre o assunto, realizada pela Câmara Municipal de Curitiba.

O evento, promovido pela Comissão de Segurança Pública e Defesa da Cidadania da Casa, foi presidido pelo vereador Algaci Túlio, que protocolou um projeto de lei que prevê a proibição da comercialização das chamadas “pulseiras do sexo” para menores de 18 anos.

Cerca de 20 professores, das mais de 160 escolas, participaram da reunião. A polêmica em torno das pulseiras ganhou força depois da divulgação sobre uma jovem que teria supostamente sido abusada sexualmente, em Londrina, em função do uso do acessório.

Para o promotor, a discussão é pertinente já que parte dos pais não tem conhecimento sobre o assunto para orientar corretamente os filhos. “Podemos proibir o uso das pulseiras, mas não podemos substituir o papel da família de orientar os jovens que, muitas vezes, não sabem o significado da pulseira”, afirma.

Digiácomo avalia que as pulseiras não devem ser o principal foco do problema. Para ele, é preciso considerar que os códigos dos adolescentes podem ser reinventados.

“Se não for uma pulseira pode ser um brinco. A maior preocupação é quanto à gravidez precoce, aos abusos sexuais e às doenças. Por isso temos que ir direto à origem do problema”, diz.

O vereador Algaci Túlio (PMDB) afirma que o projeto de lei é um pretexto para provocar o debate em torno da participação de pais e professores. Ele considerou a audiência positiva. “Não estou preocupado com o projeto se ele realmente se tornará lei. O importante é que a proibição da venda das pulseiras já desperta o debate”, afirma.

Para a chefe da Coordenadoria de Estrutura e Funcionamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, Eliane Vaions, o que aparentemente pode ser um jogo inocente “pode causar consequências terríveis”.

Segundo ela, muitas escolas já definiram a proibição do uso no interior da escola e algumas já vêm promovendo diálogo com os pais a respeito do tema. “Apesar de não termos tido nenhum fato relacionado ao uso das pulseiras, temos a preocupação com a formação e orientação sexual das crianças”, diz.

Originalmente criadas na Inglaterra, as pulseiras do sexo viraram mania entre os adolescentes também no Brasil. O adereço é objeto de um jogo em que ficam pré-estabelecidos atos de conotação sexual conforme a cor da pulseira.

Para que o ato seja consumado, basta conseguir romper a pulseira com a respectiva cor. As cores vão desde a amarela, que significa dar um abraço, até a dourada, que prevê todas as “carícias” possíveis, inclusive relação sexual.

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