Nova aldeia receberá índios em dezembro

As 35 famílias indígenas que vivem irregularmente em uma reserva ecológica no Parque Iguaçu serão transferidos na primeira quinzena de dezembro para a Aldeia Kakané Porã, construída pela Prefeitura no Campo de Santana. “A aldeia urbana é um projeto inovador e demonstra o caráter abrangente do programa habitacional do município”, diz o prefeito Beto Richa.

A implantação da aldeia indígena, numa área de 42 mil metros quadrados, é resultado de convênio firmado entre a Prefeitura, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Cohab e a Funai. A operação de reassentamento das famílias terá o apoio de diversas secretarias municipais, como as de Saúde, Educação, Abastecimento e Fundação de Ação Social (FAS).

Para tratar de detalhes da transferência, foi feita na tarde desta quinta-feira (27) uma reunião na área onde vivem atualmente as famílias indígenas com todos os setores envolvidos e mais a Funai. Foram definidos os detalhes da mudança. A Funai e a Prefeitura vão oferecer transporte e alimentação para as famílias nos dias de reassentamento,

De acordo com o planejamento da equipe de serviço social da Cohab, as famílias indígenas, após a mudança para a aldeia, passarão a ser atendidas pelos equipamentos públicos existentes na vizinhança da Vila Kakané Porã. Ali, existe uma unidade de saúde, um Armazém da Família, uma creche, uma escola municipal de 1ª à 4ª série, duas escolas estaduais (uma de 5ª à 8ª série e uma de 2° grau) e uma unidade de atendimento da FAS. A região é atendida por três linhas de ônibus urbanos.

A aldeia Kakané Porã foi construída seguindo um projeto diferenciado elaborado por técnicos da Cohab. As 35 casas, com dois quartos e uma varanda, estão dispostas ao redor de uma praça central, sem muros ou cercas, numa grande área comum. No centro, a Secretaria Municipal do meio Ambiente ergueu uma choupana, para as atividades comunitárias.

O terreno inclui um bosque de mata nativa com 9 mil metros quadrados, que foi preservado e deve ser mantido intacto pelos índios. No fundo das casas há áreas para plantio. O nome escolhido para batizar a aldeia curitibana – kakané porã – é uma expressão indígena que quer dizer “fruto bom da terra”.

Os índios que vão morar na aldeia vieram do interior do Paraná e Santa Catarina e são remanescentes das tribos guarani, caingague e xetá. Com a mudança, chegará ao fim um impasse que durava mais de quatro anos. O local onde os indígenas moram hoje, a reserva Cambuí, fica dentro do Parque Iguaçu e não é considerado próprio para moradia.