São eles que mantêm a cidade limpa, mas nem sempre são vistos e respeitados. Ontem, no Dia do Gari, profissionais que trabalham na limpeza pública de Curitiba destacaram avanços obtidos pela categoria. A capital tem 2.400 garis, que recolhem diariamente quase 2 mil toneladas de lixo e varrem mais de mil quilômetros.

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“Ainda tem gente que fala que nós recebemos para recolher o lixo deixado de qualquer jeito”, conta a gari Genilda Soares dos Santos, na profissão há 17 anos. Quando começou, comerciantes olhavam torto e ela pedia ajuda para beber água e ir no banheiro. Hoje o tratamento é mais cordial. Apesar de ganharem vale-alimentação, muitos levam comida pronta para o almoço, para economizar, e comem a marmita fria.

Dionísio Claro também é gari há 17 anos. Varrendo, encontra gente que valoriza seu trabalho, como a professora Nadiesda Romanó: “valorizo o trabalho deles demais. Deveriam receber uma garrafinha de água para carregar no trabalho”. O gari Sérgio Rangel dos Santos não reclama das adversidades: “com um tempo assim, mais frio e garoando, é complicado. A gente pode pegar um resfriado, mas está sossegado”.

Para o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba e Região Metropolitana (Siemaco), Manassés Oliveira, os garis têm muito o que comemorar, já que as pessoas têm deixado de chamá-los de lixeiro e a cada ano a categoria consegue avanços salariais e benefícios. “Ainda temos muito acidentes dos coletores com vidros. Muitas pessoas não acomodam de uma maneira que proteja os garis”, cita.

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Os garis que descansavam ontem de manhã perto da Praça Tiradentes se animaram com a notícia publicada na Tribuna sobre a aprovação, na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, do projeto de lei que torna a limpeza pública urbana insalubre e permite aposentadoria após 25 anos de atividade.

Veja na galeria de fotos os garis.

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