Niclevicz estudará Cordilheira dos Andes

O alpinista paranaense Waldemar Niclevicz promete concretizar em janeiro próximo um sonho de quase 12 anos: o Projeto Mundo Andino, que deve durar 38 meses e que prevê um total de 22 expedições na Cordilheira do Andes. Mas desta vez o desafio de Niclevicz não é simplesmente escalar as maiores montanhas. O que ele quer é realizar um estudo profundo e inédito sobre as montanhas da Cordilheira dos Andes, sua origem, distribuição geográfica, clima, flora e fauna. O objetivo principal, conta, é difundir a necessidade de um desenvolvimento sustentável entre o homem e o ambiente nas montanhas da Cordilheira dos Andes.

“Não é mais uma aventura, uma simples expedição. Cada vez tenho um carinho maior pelos Andes, sua cultura, povo, tradições, e acho que o Brasil deve conhecer melhor seus países vizinhos”, afirmou Niclevicz ontem, durante o anúncio da parceria do alpinista com o Grupo Positivo.

O estudo sobre a Cordilheira dos Andes servirá como base para produção de conteúdo para portais educacionais, atividades pedagógicas como exposições e aulas especiais, além de ações institucionais, projetos editoriais e educacionais promovidos pelo Grupo Positivo. “Queremos que nossos alunos conheçam melhor nossos vizinhos, seus problemas e que pensem de forma globalizada”, afirmou o diretor-presidente do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães. “Queremos que o Niclevicz seja os olhos e os ouvidos dos nossos 600 mil alunos ligados no portal, dos 20 mil alunos que estudam no Positivo no ensino básico, médico e superior e dos alunos das escolas que usam nosso material didático em todo o Brasil.”

38 meses

O Projeto Mundo Andino está previsto para durar 38 meses. A saída de São Paulo acontece no dia 7 de janeiro, e de Curitiba, dia 9. A idéia, segundo o alpinista, é realizar 22 expedições, com duração de 30 a 50 dias cada uma. Niclevicz, outros três alpinistas e ainda mais dois convidados – pode ser médico, pesquisador, jornalista – farão parte da equipe e viajarão a bordo de um caminhão 4×4, o Andino, fabricado especialmente para esta finalidade. “A idéia é deixar o caminhão em uma cidade grande, escalar, voltar para o Brasil de avião onde a gente deve ficar durante duas semanas para organizar o que foi colhido de informação em torno de cada montanha e então retornar para a Cordilheira dos Andes”, explicou.

Além de realizar estudos, Niclevicz tem uma meta ousada: quer construir uma escola e um posto de saúde em cada um dos países andinos – Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile. “Eu e outros três alpinistas vamos escalar, enquanto o restante da equipe ficará no caminhão, dando assistência à população e criando condições para melhorar a qualidade de vida do povo andino”, contou.

Andino

O Projeto Mundo Andino começou a ser desenvolvido há dois anos. Em janeiro deste ano, começou a construção do caminhão Andino. O chassi foi doado pela Volkswagen e a casa, ou carroceria, foi projetada por Thierry Stump, o mesmo construtor do barco Parati II, de Amyr Klink. O caminhão possui um sofisticado sistema de comunicação por satélite, GPS, cozinha, banheiro, casa de máquinas, central de gás, tudo como se fosse num barco. Também é capaz de percorrer os mais difíceis caminhos, com lama, neve, gelo, estradas estreitas, e ainda subir rampas de 60º. O Andino foi testado e aprovado no último Rally dos Sertões e custa, segundo Niclevicz, pelo menos R$ 400 mil. A idéia é rodar pelo menos 100 mil km com o Andino. Patrocínio, um dos desafios

Enquanto o desafio do alpinista paranaense de escalar montanhas e realizar um estudo minucioso na Cordilheira dos Andes não chega, Niclevicz tem outra missão: correr atrás de patrocinadores. Ele conta que até agora apenas a Wise Up e o Grupo Positivo fecharam acordo para 2004: cada qual vai colaborar com US$ 60 mil cada. “Os custos foram divididos em seis cotas de US$ 60 mil”, conta. “Faltam fechar ainda as outras quatro, além da cota de apoio no valor de R$ 45 mil”.

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