Com sacos de lixo na mão e muita disposição, um grupo de sessenta voluntários dedicou o dia de ontem a um mutirão de limpeza no entorno da barragem de Cayuguava, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Orientados por técnicos do Centro de Estudos Ambientais da Sanepar, e com apoio do Corpo de Bombeiros, o grupo percorreu parte dos 3,3 mil metros da extensão da barragem, e aproveitou para chamar a atenção de pescadores e visitantes sobre a importância da preservação do ambiente.
Foi o segundo mutirão promovido no local este ano. Em março, foram recolhidos mais de 500 kg de lixo das margem da barragem. Segundo a coordenadora do Centro de Estudos Ambientais da Sanepar, Márcia Mayer de Lima, o objetivo é fazer com que o trabalho de limpeza seja rotineiro, não só para a retirada do material, mas também para que se possa atingir um grande número de pessoas. “Com esse trabalho teremos como sensibilizar os pescadores, moradores e as pessoas que freqüentam essa região para que eles não poluam o rio, que é responsável pelo abastecimento de água de 45% de Curitiba”, disse.
As primas Carmem e Leonilda Bonâncio, integrantes do grupo de escoteiros Pingo D?Água, resolveram participar do mutirão porque entendem que a população precisa entender a importância da preservação da água como um bem finito. Elas também levaram para o trabalho de campo o sobrinho Lucas, de 3 anos. “Queremos que ele cresça aprendendo a preservar o ambiente”, disse Carmem.
O assistente de almoxarife Edson Luiz de Oliveira disse que sempre teve uma consciência ecológica, e procura passar isso para os colegas de trabalho. “Vim aqui fazer a minha parte, e depois vou espalhar essa idéia para outras pessoas que trabalham e convivem comigo”, afirmou.
Vivenciar a prática para poder ensinar para os alunos em sala de aula. Com esse objetivo as professoras Scheila Spessato Santos e Denise Gomes Glier se uniram aos voluntários para a limpeza na barragem. “Como professora de Ciências e Biologia tenho a obrigação de estar passando esse conhecimentos para as futuras gerações”, disse Scheila.
Recursos hídricos no século XXI
Curitiba será sede, nesta semana, do 15.º Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, que deverá reunir cerca de mil pesquisadores, técnicos e especialistas ligados ao planejamento e gestão de recursos hídricos do País inteiro para uma série de palestras e debates. A promoção é da Associação Brasileira de Recursos Hídricos ABRH, que escolheu os desafios à gestão da água no século XXI como tema central das discussões.
Os trabalhos do Simpósio serão abertos às 20h de hoje na Ópera de Arame. As sessões técnicas acontecem durante a semana, simultaneamente, nos salões dos hotéis Bourbon e Slaviero Braz. A programação é extensa, prevendo a apresentação de 550 trabalhos em 62 sessões técnicas e oito painéis, além de dezessete mesas-redondas sobre gerenciamento da água e desenvolvimento sustentado.
Paralelamente, haverá atividades para envolver a população e despertar sua atenção para o problema do abastecimento de água potável no futuro. Uma delas será o inédito projeto Rua da Água, que estará localizada em plena Boca Maldita. A iniciativa associa organismos e instituições como a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Sanepar, Itaipu, Prefeitura Municipal e Ippuc.
Usuário monitora qualidade da água
Os usuários da Sanepar podem acompanhar permanentemente a qualidade da água distribuída em sua cidade. Os dados estão disponíveis nos escritórios de atendimento ao público da empresa, na Secretaria Municipal de Saúde e também no site da Sanepar. Para obter as informações pela internet basta entrar no endereço eletrônico www.sanepar.com.br, escolher Qualidade da Água e selecionar a cidade a ser pesquisada.
Em atendimento à Portaria 1469 do Ministério da Saúde, que define os padrões para a água tratada, a Sanepar apresenta dez parâmetros, de análise periódica. Os parâmetros são: cor aparente, fluoretos, turbidez, pH, cloro residual, alumínio, ferro total, manganês, coliformes totais e coliformes termotolerantes. Na coluna Média dos Últimos 10 Resultados o usuário poderá identificar as dez análises mais recentes para cada parâmetro. A coluna Máximo Permitido apresenta o valor máximo estabelecido pela Portaria 1469. Ao lado estão as unidades de medida, como mg/l (miligrama por litro), NTU (unidade nefelométrica de turbidez) uH (unidade Hazen) e outras. Na coluna Saiba Mais o usuário tem acesso a uma explicação científica sobre cada parâmetro.
Atualização
O site é atualizado permanentemente. “À medida que as análises são concluídas, os resultados das amostras são lançados no sistema interno de controle da qualidade, e automaticamente o site é atualizado”, explica o gerente da Unidade de Avaliação de Conformidades, Carlos Eduardo Pierin. Segundo ele, a Sanepar realiza, em média, 99 mil análises laboratoriais por mês. As amostras são coletadas na saída das estações de tratamento e na rede de distribuição de água em todas as 620 localidades atendidas pela Sanepar.
Pierin afirma que a Sanepar está indo além de informar o usuário sobre a qualidade da água que distribui. “No parâmetro alumínio, por exemplo, estamos contribuindo com as clínicas de hemodiálise. As clínicas podem consultar a qualquer momento esse parâmetro para fazer a adequação necessária na água a ser utilizada nos casos de hemodiálise”, diz Pierin, destacando que esta informação atende a um pedido da Sociedade Brasileira de Nefrologia.
De acordo com a Portaria 1469, a periodicidade das análises é variável. De acordo com cada parâmetro, a análise é feita semanalmente, mensalmente ou a cada três e seis meses.
Além das análises feitas com a água na rede de distribuição, a Sanepar analisa de hora em hora a água que está sendo produzida nas estações de tratamento.