Municípios do Oeste poderão ter sistema único de gerenciamento de lixo

A Sanepar apresentou, nesta terça-feira (24), aos prefeitos da Região Extremo Oeste do Estado, os estudos técnicos de viabilidade para a formação do aterro sanitário consorciado intermunicipal para gestão dos resíduos sólidos (lixo) de forma integrada.

Com a formação do consórcio intermunicipal nove municípios da região Extremo Oeste poderão fazer a gestão conjunta do lixo urbano. Os estudos de viabilidade técnica, mostrados pela Sanepar, apresentam como vantagens a economia em investimentos na operacionalização e gestão de aterros sanitário, melhoria na conservação dos mananciais que abastecem a região e o aproveitamento do gás gerado no aterro.

Para o gerente da Assessoria de Novos Negócios da Sanepar, Nuno Alves Pereira, a formação de consórcios é uma alternativa viável para a solução dos problemas de gerenciamento dos resíduos sólidos. "Por meio da operação conjunta é possível obter economia de escala, reduzir os custos para os cofres públicos, e aumentar a vida útil dos aterros", explica.

O consórcio prevê a participação dos municípios de Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Medianeira, Missal, Itaipulândia, Santa Terezinha de Itaipu, Serranópolis do Iguaçu, Matelândia e Ramilândia. Além da Sanepar, estão envolvidos no projeto a Itaipu Binacional, Adeop (Agência de Desenvolvimento Regional do Extremo Oeste do Paraná) e Copel.

A Sanepar coordena os estudos porque tem experiência na gestão de resíduos sólidos; porque é uma empresa sanitarista e porque atende as políticas estadual e a federal para resíduos sólidos, principalmente a partir da lei federal 11445/2007, que estabeleceu as diretrizes para o saneamento básico.

O prefeito de Medianeira, Elias Carrer vê na redução de custos um grande benefício. "A alternativa é ótima, a atuação em conjunto diminui os custos com maquinário, por exemplo, além de dar tratamento ambientalmente correto ao lixo doméstico. Além disso, a Sanepar tem conhecimento técnico para gerenciar de forma adequada os aterros sanitários e garantir às prefeituras a diminuição deste passivo ambiental", completa.

Desde 2002, a Sanepar faz a gestão do aterro de Cianorte. A Prefeitura de Cianorte contratou a Sanepar após de ter sido multada pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná) por gestão inadequada do aterro. Além da coleta e compactação do lixo, a Sanepar faz o tratamento dos efluentes. Com essa gestão, há previsão de aumento da vida útil do aterro para 26 anos ? o projeto inicial previa 16 anos e meio de vida útil.

Preservação ambiental

Para Cícero Bley Júnior, da Itaipu Binacional, a solução conjunta para os resíduos sólidos e preservação ambiental são as maiores vantagens deste tipo de gerenciamento para o problema de destinação do lixo urbano.

Estudos da Itaipu Binacional indicam que nos últimos anos tem aumentado a quantidade de material orgânico presente no Lago de Itaipu. "Esta é uma das conseqüências do gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos", afirmou ele.

Pereira lembra que para a natureza não existem barreiras territoriais e, assim, a solução conjunta de problemas comuns é a melhor alternativa. "Se um aterro instalado em qualquer município da região começar a poluir os rios e aqüíferos, os reflexos serão sentidos por toda a população da região.?

Outra vantagem detectada pelos estudos da Sanepar é a possibilidade de transformar o gás metano – gerado naturalmente pela decomposição do lixo – em energia elétrica. Outra possibilidade é participar do programa de seqüestro de carbono, estabelecido pelo Protocolo de Kyoto. Por meio deste programa, todo o gás nocivo ao meio ambiente que deixa de ser lançado no meio ambiente pode ser comercializado no mercado internacional.

Benefícios para os municípios

De acordo com pesquisa de saneamento básico realizada no Brasil em 2000 e 2001, o principal obstáculo para a correta gestão de resíduos sólidos é a falta de recursos. Dados da Sanepar indicam que os municípios conseguem aplicar no máximo 5% de sua arrecadação para a destinação adequada do lixo. Esta dificuldade financeira é evidente. No Paraná, por exemplo, 65% dos municípios possuem aterro sanitário e cerca de 40% destes não são operados adequadamente.

O prefeito de São Miguel do Iguaçu, Eli Ghellere, diz que o estudo apresentado pela Sanepar traz grandes benefícios para os municípios da região tanto na questão administrativa como ambiental. "Cada um dos municípios têm soluções no curto prazo e esta proposta vai permitir uma solução de longo prazo."

Já o prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald Ghisi, considerou o projeto apresentado pela Sanepar, uma ótima alternativa. "Esta é uma excelente idéia", ressaltou.

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