Mulheres ganham grupo de apoio contra a violência

As mulheres que sofreram ou sofrem agressões vão poder contar com mais um serviço de apoio psicológico e jurídico. A Associação das Donas de Casa e Consumidoras vai oferecer os atendimentos gratuitamente. Segundo a presidente da associação, Vera Lúcia Bartz, muitas mulheres não denunciam o problema por medo ou porque não conhecem os seus direitos.

A psicóloga Débora de Rivera explica que hoje não existe espaço para a mulher conversar sobre os seus problemas. “Elas estão fragilizadas. Acham que são as únicas que passam por esse tipo de situação. No grupo vão poder se ajudar”, argumenta. As reuniões vão acontecer quinzenalmente, nos moldes do Alcoólicos Anônimos, mas também vai haver atendimento individual.

Vera comenta que os postos de saúde oferecem o serviço psicológico, mas a fila de espera é longa. Ela já foi uma das vítimas da violência doméstica e lembra que entrou em depressão. Por isso sabe da importância do atendimento e agora quer ajudar outras mulheres.

Além do apoio psicológico, a associação também vai prestar orientações no campo jurídico. “As mulheres precisam saber sobre seus direitos para depois ter coragem de denunciar”, conta Vera. Para ela, os órgãos públicos não prestam as orientações necessárias. Conta que nunca foi informada de que pessoas carentes eram isentas da taxa que precisa ser paga para a realização do exame de corpo de delito. “Depois que eu fiz um escândalo falando que não tinha dinheiro é que fui informada de que poderia ser beneficiada”, reclama. Segundo ela, muitas mulheres são donas de casa e não dispõem do dinheiro.

Para a procuradora do Trabalho Margaret Carvalho, que também cuida da violência sexual contra crianças e adolescentes, iniciativas como esta são muito importantes. Segundo ela, como o poder público não tem conseguido proteger as vítimas, resta à sociedade fazer a sua parte.