Mulher reencontra filha raptada pelo pai

O sofrimento de uma mãe que teve a filha de seis anos raptada pelo próprio pai da criança, há cerca de dois anos, terminou na manhã de ontem. Márcia Rosana Micoanski, 31 anos, recebeu informações sobre o paradeiro da menina Bruna Letícia Micoanski, que foi localizada pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) e pelo Movimento Nacional de Crianças Desaparecidas na cidade de Paragominas (Pará), na companhia do pai.

O pedido de apreensão da criança foi cumprido ontem pela juíza paraense Marisa Beline, que a encaminhará para um albergue até que a mãe chegue na cidade. Márcia tinha expectativa de viajar ainda na noite de ontem ou na manhã de hoje para trazer a filha de volta para casa.

Ela conta que, após um relacionamento de cinco anos, separou-se do ex-marido porque tinham uma relação muito violenta, o que também prejudicava a criança. Apesar disso, nunca o proibiu de ver a filha. “Em uma das visitas, meu ex-marido foi buscá-la para passar uns dias com ele, mas os dois sumiram”, conta Márcia. Na época, ela morava em Cascavel com a mãe, e se mudou para Curitiba atrás da filha, pois a família do ex-marido morava na capital paranaense. Desde outubro de 2002, data do sumiço, até ontem, as duas tiveram a oportunidade de conversar apenas uma vez, por telefone. “Sabia que ela estava com o pai, só não sabia onde”, relata a mãe.

Na semana passada, Márcia recebeu a informação de que a filha estava em Paragominas. Sua advogada conseguiu uma carta precatória em Curitiba e entrou em contato com as autoridades no Pará. Na manhã de ontem, a criança foi localizada pelo oficial de Justiça. A juíza paraense responsável pelo caso está cuidando da criança até Márcia chegar ao local. Márcia conseguiu falar com a menina pelo telefone ontem à tarde. Mãe e filha devem estar de volta a Curitiba na noite da próxima segunda-feira.

Outros casos

Casos em que os pais seqüestram os filhos após separações são comuns, pois eles acreditam estar punindo o companheiro. De 2001 até hoje, dos 44 casos que ainda não foram solucionados, 17 são de crianças levadas por familiares, segundo o Sicride e o Movimento Nacional.

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