Duplo drama

Mulher que perdeu bebê em acidente morre no hospital

Enquanto os familiares de Stephani Nacari Farias, 19 anos, recebiam a notícia de sua morte, no Hospital Evangélico, na manhã de ontem, o responsável pelo acidente de trânsito que a matou, Marcos Fernando de Oliveira, era solto por alvará de soltura concedido pelo Tribunal de Justiça. No acidente, ocorrido na madrugada de sábado, no Prado Velho, também morreu o bebê de Stephani, grávida de quase 8 meses.

Faltando apenas algumas semanas para o parto, Stephani sentiu-se mal e foi até a Maternidade Mater Dei, próximo ao terminal do Guadalupe, para uma consulta. Na volta para casa, o veículo em que ela estava foi atingido em cheio pelo New Beetle conduzido por Marcos. Familiares da vítima garantem que Marcos furou a preferencial e estava em alta velocidade. “Apenas o laudo do Instituto de Criminalística poderá confirmar como aconteceu a colisão”, explicou o delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran).

Bafômetro

Na batida, o bebê de Stephani morreu e ela foi encaminhada, em estado grave, ao Hospital Evangélico. Testemunhas relataram que Marcos e dois passageiros do New Beetle fugiram em outro veículo. “A Polícia Militar conseguiu deter o condutor e o levou de volta ao local do acidente, onde ele se recusou a fazer o teste do bafômetro”, contou o delegado. “Havia indícios de embriaguez, mas não há provas para comprovar juridicamente”, lamentou Braga.

Mesmo assim, Marcos foi preso em flagrante, por homicídio culposo e evasão do local, sem direito à fiança. Na manhã de ontem, a Justiça lhe concedeu alvará de soltura. Ele deixou a cadeia praticamente na mesma hora que Stephani morreu no hospital e passa a responder por duplo homicídio.

Espera

Era a primeira criança do casal, e já tinha nome: Heloise Vitória. “Estava tudo preparado para as festas de fim de ano, com a chegada da garotinha”, lembrou o tio da jovem, Paulo Gomes. “Testemunhas contaram que, na hora do acidente, Stephani pensou que fosse morrer e pedia para que cuidassem da criança”, acrescentou o tio. Stephani trabalhava como vendedora de eletrodomésticos, em um supermercado, no Bigorrilho. Nas redes sociais, os amigos e conhecidos dela iniciaram uma campanha por justiça.

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