Mulher pede ajuda para atender doentes pobres

Nadir Velozo Contin, 46 anos, ajuda há 18 anos pessoas pobres com hanseníase, aids e outras doenças, em Piraquara. Ela distribui mensalmente um kit com alimentos e, uma vez por semana, faz um sopão. Mas precisa de ajuda para continuar seu trabalho. Além dos mantimentos, necessita de doações para construir um barracão. Hoje, ela trabalha de modo precário em uma casa velha de madeira.

Nadir tem um cadastro com cerca de 800 famílias da região com pessoas doentes ou que são muito pobres. Só em relação à hanseníase ela atende 32 famílias. A maior parte dos enfermos é de idosos. Ela conta que começou o trabalho depois que foi convidada para ajudar na horta do hospital São Roque, em Piraquara. Em seguida, saiu dos muros da entidade e começou a se dedicar aos moradores da região que tinham hanseníase, muitos ex-pacientes do próprio hospital. Com o tempo, outras pessoas foram buscar sua ajuda.

Todo mês ela distribui um kit com quatro tipos de alimentos – arroz, feijão, trigo e açúcar – que consegue através de doações. Toda terça-feira é dia de sopão. Muita gente leva para casa o que ganha para fazer todas as refeições do dia. A comida começa a ser preparada às 8h e fica pronta às 14h. É feita em um fogão a lenha, improvisado. “No gás fica muito caro. Não tem condições”, fala Nadir.

Ela sonha em construir um barracão para atender melhor a população. O lugar onde armazena os alimentos, cozinha e faz as reuniões mensais que servem de auto-ajuda está muito velho. Além disso, é emprestado. “A qualquer momento o proprietário pode pedir de volta”, comenta.

Ari Ferreira Bueno, 66 anos, é um dos beneficiados. Há 8 anos, saiu da cidade de Santa Maria para se tratar de hanseníase no São Roque. Resolveu morar na região para continuar o tratamento. Hoje é aposentando, mas passa dificuldades com o salário, embora ganhe os remédios que precisa do Sistema Único de Saúde (SUS). “Sempre pego os alimentos”, diz.

A Associação de Apoio às Famílias com Hanseníase (AFH) também está ajudando Nadir através de doações. Mas a entidade também realiza outras ações. Esta semana inaugura uma escola de informática na Vila Hauer, em Curitiba, para famílias com hanseníase. Paulo Roberto da Silva, que trabalha na AFH, diz que a intenção é transferir a unidade para Piraquara, quando o barracão de Nadir ficar pronto. Quem quiser colaborar pode entrar em contato com a AFH pelo telefone 276-0517.

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