Mudança no passe escolar provoca críticas dos pais

Pais e estudantes não estão gostando das mudanças no passe escolar da capital, que começou a ser fornecido na última segunda-feira pela Urbs (Empresa que Gerencia o Transporte Coletivo na Cidade). O vale-transporte foi substituído por um cartão magnético que funciona de modo semelhante ao usado pelos idosos. O medo de assaltos e a possibilidade de perda do cartão lideram as reclamações.

Leonice Henrique de Oliveira estava tentando ganhar o benefício para o filho que estuda longe de casa. Com o passe escolar ela vai pagar a metade da passagem. Porém a economia traz preocupações. Agora tem medo de que o filho seja agredido por marginais a procura do passe escolar. “Acho horrível, antes dava dois vales por dia e a gente ficava tranqüila. Agora ficou perigoso”, afirma. Outro problema seria a possibilidade de perder o cartão com todos os créditos. Para a confecção de outro, é preciso pagar o valor de 10 vales-transportes. “Mais prejuízo para a gente”, reclama Leonice.

Filas

Além de não gostar do novo mecanismo, quem queria se cadastrar para conseguir o passe, enfrentou muitas horas na fila. Olimpia Ferreira Leite Costa, 27 anos, universitária, ficou mais de 7 horas esperando para ser atendida. Era a quarta vez que ela ia até o local tentar conseguir o passe. Ontem, chegou às 9 horas e ganhou uma senha, às 16h ainda não tinha voltado para casa. “A gente até podia sair por aí, mas de qualquer forma não podia ir embora”, criticou. Ela também acha que a URBS liberou as inscrições perto demais do início das aulas e, com isto, houve uma procura muito grande pelo benefício.

O gerente fiscal e controlador do transporte coletivo, Edson Luiz Berleze, explica que a mudança faz parte do projeto que a URBS tem para implantar o sistema em toda a cidade. Os principais motivos seriam evitar assaltos à ônibus e que o vale-transporte seja usado como moeda. Para ele, os estudantes não vão correr perigo, já que o usuário pode bloquear o cartão com uma ligação.

Mas tem gente duvidando da eficiência do atendimento. “Espero que o telefone não esteja sempre ocupado”, afirma Adaiza Terezinha da Silva. Esta semana também começou o cadastramento de portadores de deficiência física em quatro ruas da cidadania. (Rui Barbosa, Carmo, Pinheirinho e Fazendinha)

Quem tem direito

Somente alunos que moram e estudam em Curitiba têm direito ao benefício, podem estar cursando o primeiro, segundo ou terceiro grau em escola pública ou particular. A família que tem um filho cadastrado, deve ter no máximo, renda de três salários mínimos. Famílias com dois alunos, renda de até 4 salários, e 3 ou mais estudantes, renda de até 5 salários. Eles têm direito a 400 passes por ano. No ano passado cerca de 30 mil pessoas foram beneficiadas. Não existe prazo final para o cadastramento.

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