MST quer assentamento definitivo na Embrapa

Ponta Grossa

? Os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) da região de Ponta Grossa não estão satisfeitos com a proposta do governo do Paraná de criar um assentamento provisório em parte da área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O pessoal quer a área da Embrapa de maneira definitiva”, disse o coordenador regional do MST, Célio Rodrigues.

Segundo Rodrigues, a proposta chegou ao conhecimento deles por meio dos jornais. “Ninguém sentou para discutir com a base”, criticou, afirmando que o risco de nova ocupação da área começou a crescer anteontem. “Completou-se um mês da desocupação e não há nenhuma proposta formal.”

As 150 famílias que tinham ocupado as terras da Embrapa estão agora às margens de uma rodovia. Rodrigues propõe que elas sejam assentadas em 2 mil dos quase 4 mil hectares da fazenda. “Sobraria a metade e ainda seria um latifúndio”, disse o coordenador. “As famílias estão conscientes de que as terras da Embrapa serão nossas, mais dia menos dia.” Rodrigues afirmou serem essas as terras mais apropriadas para a reforma agrária na região. “Não há necessidade de negociar, pois já é do Estado”, disse.

Incra

O superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda, disse que amanhã haverá uma reunião com os sem-terra para decidir o que será feito em parte do terreno cedido pela Embrapa e que hoje está sendo utilizada pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). “Aí vamos discutir se será assentamento definitivo ou provisório”, disse o superintendente. Segundo ele, a idéia de assentamentos provisórios, a serem distribuídos pelo Estado, visa a reduzir a tensão enquanto se trabalha para ter áreas definitivas.

O governo estadual anunciou, na semana passada, como praticamente definitiva a idéia de transformar os 2 mil hectares arrendados ao Iapar em um assentamento provisório. A intenção é que os trabalhadores fiquem no máximo dois anos na fazenda, antes de serem assentados definitivamente, aprendendo novas técnicas de plantio e cuidados com os animais, tendo apoio técnico do governo do Estado.

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