MST pede assentamentos com condições e dinheiro

Infra-estrutura para os atuais e futuros assentamentos. Este foi o tema principal do último dia da jornada que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou em Curitiba, para marcar a Semana Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Pela manhã, um grupo de sem terra retornou à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde a pauta de reivindicações terminou de ser apresentada. As reivindicações começaram a ser transmitidas na quinta-feira, mas como os sem terra enumeraram as áreas que eles sugerem para desapropriação uma por uma, o encontro precisou ser estendido até ontem. As principais reivindicações são: assentamento de 15 mil famílias acampadas, financiamento para a safra 2004/2005 e infra-estrutura nos assentamentos.

Outro grupo do MST ficou no Ginásio do Tarumã, onde os sem terra estavam alojados, para se reunir com várias secretarias de Estado e órgãos responsáveis pela criação da estrutura necessária para sobrevivência nos assentamentos. “Nós apresentamos nossa pauta e obtivemos a grande maioria de respostas positivas. Discutimos sobre convênios, como o escola itinerante, para o qual pedimos ampliação”, revelou um dos coordenadores do MST no Paraná, José Damasceno. Ele destacou outros dois convênios que estão para ser firmados com a Secretaria de Estado da Saúde. Um deles forma técnicos de nível médio entre os próprios integrantes do MST: “Esses agentes de saúde vão atender dentro dos acampamentos”, informou, lembrando que foi pedido prioridade para o atendimento de gestantes do movimento nas regionais de Saúde. Damasceno considerou a semana altamente positiva, tendo sido cumprida na íntegra a proposta inicial, que era incentivar o debate sobre a reforma agrária, mostrando sua necessidade à sociedade.

Desocupação

A Secretaria de Estado da Segurança Pública realizou, na manhã de ontem, a desocupação da Fazenda Planas, na cidade de Lindoeste, região Sudoeste do Paraná. Segundo o governo do Estado, todo o movimento de desocupação da área foi feito pacificamente e em diálogo com os invasores. Desde 30 de junho deste ano, 30 famílias estavam na propriedade. De acordo com os policiais que fizeram a reintegração de posse, os agricultores que pertencem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais (MTR) deixaram o local em caminhões alugados pelo proprietário da área.

Esta foi a 36.ª desocupação promovida desde o início deste ano. Em apenas sete meses de 2004, o governo do Estado já ultrapassou o número de desocupações realizadas durante todo o ano de 2003, que foi de 34. Durante todo o governo, a Secretaria da Segurança já realizou 70 desocupações.

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