MST e ONG denunciam risco de conflito armado

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem -Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra e ONG Terra de Direitos entregarão, na próxima terça-feira em Curitiba, ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, uma representação mostrando a situação preocupante no município de Ortigueira. No último dia 17, a mesma representação, alertando para o perigo de confronto armado, foi entregue ao secretário especial de Direitos Humanos, Nilmário Miranda.

Em nota enviada à imprensa, os grupos ligados aos trabalhadores sem-terra destacam que um folheto pregando a violência contra os sem-terra está sendo distribuído em Ortigueira. “Aberta a temporada de caça aos sem-terra. Prêmio: Paz no Campo”, diz o folheto assinado pela “União dos Sindicatos Rurais do Paraná”, órgão que, segundo os sem-terra, não existe. O folheto mostra ainda um desenho onde um fazendeiro atira num sem-terra.

Os sem-terra pedem que novas operações, como a realizada esta semana em Palmital e Laranjal, pela Polícia Federal, sejam feitas. Na operação Paz no Campo, oito pessoas foram presas e 66 armas de fogo apreendidas.

Plantio

Integrantes do Acampamento Chico Mendes iniciaram ontem o plantio de produtos agroecológicos na fazenda da Monsanto, em Ponta Grossa. O mutirão reuniu também lideranças de entidades ligadas à Jornada de Agroecologia e representantes dos deputados Elton Welter (PT) e Padre Paulo (PT).

A área de 48 hectares foi ocupada em maio deste ano por cerca de oitenta famílias de trabalhadores sem-terra. A ação ocorreu devido a existência de plantações de soja e milho transgênicos.

Agora, os agricultores querem transformar a área em um centro de formação em agroecologia e de produção de variedades crioulas. “Antes essa área não era um território brasileiro, quem a governava era a multinacional Monsanto”, disse o coordenador da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (Aspta) no Paraná, José Maria Tardin que anunciou a instalação do Centro Chico Mendes de Agroecologia.

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