MST cobra mais agilidade nos assentamentos

A pressão para que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cumpra a meta do governo federal de assentar 3 mil famílias de sem-terra no Paraná em 2004 é grande. Ontem, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se reuniram com a cúpula do Incra no Estado, para apresentar sua pauta de reivindicações.

Do lado de fora do prédio do Incra, em Curitiba, milhares de membros do movimento protestaram pedindo mais agilidade na condução da reforma agrária. O MST está realizando uma grande mobilização na capital, em comemoração à Semana Nacional pela Reforma Agrária.

Um dos coordenadores do movimento, José Damasceno, contou que apenas 30% da pauta de reivindicações foi apresentada ontem. Incra e MST debateram ponto a ponto da pauta. Nova reunião ficou marcada para hoje, no Ginásio do Tarumã, onde os sem-terra estão alojados. Damasceno lembrou que as principais reivindicações do MST são: o assentamento imediato das 15 mil famílias que estão acampadas no Paraná; a liberação de crédito para a safra 2004/2005 e infra-estrutura para os assentamentos. “O governo federal tem um compromisso com a reforma, mas está muito lento, também pela burocracia criada no governo anterior”, disse, destacando que para que a reforma aconteça depende muito do Incra, mas muito mais da pressão da sociedade. Ele confirmou que novas marchas e mobilizações devem acontecer nos próximos meses em todo o País.

Possível

Para o superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda, o trabalho do instituto está sendo realizado na medida do possível. Ele garantiu que o Incra vai cumprir a meta de assentamentos. Até o momento, 1,3 mil famílias já foram assentadas no Paraná este ano. Lacerda acredita que o Paraná seja o único Estado das regiões Sul e Sudeste a cumprir a meta este ano: “O número de assentados é grande pelas condições, mas é pouco comparado com a demanda”, comparou Lacerda. Na avaliação dele, o preço da terra dificulta as negociações.

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