Cascavel 

? Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocuparam anteontem quatro lotes do Assentamento Santa Tereza, em Cascavel. Segundo o MST, os assentados tinham vendido suas parcelas a pessoas estranhas ao movimento. “Eles estavam vendendo as terras para pessoas que não precisavam”, afirmou André Luiz de Souza, do MST. “Tinha até fazendeiro comprando ou arrendando.”

Na segunda-feira, uma fazenda em Lindoeste foi ocupada. O MST disse que os invasores não pertencem ao movimento. Não houve confronto em nenhum dos casos.

Souza afirmou que o Incra tinha sido avisado sobre as vendas de lotes no assentamento, mas estava demorando para tomar uma atitude. “Colocamos as famílias lá porque o processo estava se espalhando”, justificou, acrescentando que cerca de cem famílias ocuparam os lotes que estavam sendo vendidos. “Foi só como segurança, até que os novos assentados sejam indicados.”

Segundo o executor do Incra na região, Valdecir Felipetto, lotes podem ser vendidos, mas o processo precisa do acompanhamento do Incra, caso contrário se torna ilegal. Ele negou que tivesse sido avisado de algum problema. Felipetto disse conhecer apenas um caso de assentado que está rescindindo o contrato.

Na segunda-feira, a Fazenda Santa Clara, em Lindoeste, havia sido ocupada por cerca de trinta famílias. O MST negou que as pessoas pertençam ao movimento. Segundo o comandante do 6.º Batalhão da Polícia Militar, coronel Amauri Ferreira de Lima, são moradores do próprio município que tentam apenas chamar a atenção e pressionar a prefeitura para encontrar-lhes um local de moradia. O proprietário da área, Lino Martini, foi orientado a entrar na Justiça com pedido de reintegração de posse. Sua fazenda, de 150 alqueires, já foi vistoriada e considerada produtiva.

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