O Ministério Público Federal (MPF) protocola hoje na Justiça a ação civil pública pedindo que o atendimento no Hospital de Clínicas (HC) seja restabelecido. Segundo a direção do hospital, a greve dos servidores técnico-administrativos, que está entrando na segunda semana, está afetando setores críticos como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Também ficou para hoje a decisão do sindicato da categoria sobre o pedido feito, na última sexta-feira, pela direção do HC para que os servidores desses setores voltem ao trabalho.
Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aderiram a uma paralisação nacional proposta pela Federação de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). Ontem, a grande expectativa era quanto a uma resposta à carta enviada ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral (Sinditest) na noite da última sexta-feira. No documento, a direção do hospital solicitou que 100% dos servidores voltem ao trabalho nos setores críticos. Mas o presidente do Sinditest, José Carlos Belotto, disse que a decisão só sai hoje.
No HC, cirurgias continuam sendo canceladas. De um total de quarenta procedimentos diários, uma média de quatorze estão sendo realizados. Os grevistas também realizarão uma manifestação hoje na reitoria da UFPR, em parceria com servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que também estão em greve. Amanhã, deve acontecer uma mesa- redonda entre a Federação de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e o Ministério do Planejamento.
UTFPR
Ontem, o movimento também ganhou a adesão de funcionários da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Foram colocadas faixas no pátio da instituição e alguns setores já começaram a trabalhar com efetivo reduzido. ?O setor de manutenção, que tem vinte funcionários, parou totalmente?, informou o presidente-coordenador da seção sindical da UTFPR, Elizeu Horta dos Santos.
As principais reivindicações da categoria estão relacionadas a medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à Emenda 3. O PAC tem um projeto de lei que limita o crescimento da folha de pagamento do governo federal. Isso significa congelamento do salário dos servidores até 2016 e não-realização de novos concursos públicos. Já a Emeda 3 prevê contratação de pessoas jurídicas e ameaça diversos direitos dos trabalhadores.