MPE tenta completar acervo do seu memorial

O Memorial do Ministério Público Estadual (MPE), responsável pelo resgate da história do órgão no Paraná, está enfrentando dificuldades para conseguir completar seu acervo. Localizado em Curitiba, na subsede do MPE, o memorial foi criado em 1996, pelo então procurador-geral da Justiça, Olímpio de Sá Sotto Maior.

Nos últimos oito anos, uma comissão formada por uma historiadora e procuradores ativos e aposentados tem trabalhado intensamente na tentativa de resgatar o passado. Entretanto, a falta de costume da maioria das pessoas em conservar documentos antigos e imagens de antepassados tem dificultado a missão.

“No Brasil, existem poucos registros do passado. Muitos mitos acabam sendo criados sem que se saiba ao certo como eles eram”, comenta o corregedor-geral e presidente do memorial, Nilton Marcos Carias de Oliveira. “No MP do Paraná, as conseqüências do fato são bastante evidentes. Temos algumas informações gerais sobre nossos procuradores, mas nos faltam fotografias e detalhes maiores sobre suas vidas.”

Já passaram pelo Paraná sessenta procuradores-gerais. A maior dificuldade é conseguir informações e retratos das duas pessoas que ocuparam o cargo pela primeira vez: Bento Fernandes de Barros, que assumiu a função em 1891, e Francisco Itaciano Teixeira, que a ocupou no ano seguinte. “Temos feito pesquisas em bibliotecas, museus, igrejas e mesmo cemitérios, mas o tempo dificulta nosso trabalho”, explica Nilton. “O Bento, por exemplo, é cearense e seu único parente vivo encontrado é um bisneto que está com 89 anos e não tem muitas lembranças do bisavô.”

Sabe-se que Bento exerceu várias funções públicas no Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina. Entre elas: diretor interino do Liceu de Curitiba (1860), juiz de Direito em Joinville (SC), chefe de polícia em Minas Gerais na época do Império (1870 a 1875), juiz de Direito de Guarapuava e advogado da Câmara Municipal de Curitiba. Foi casado com Joaquina de Oliveira Franco Fernandes de Barros, com quem teve onze filhos. Seus restos mortais foram exumados em 1913 e trazidos ao Paraná em 1917.

Já de Francisco Itaciano tem-se conhecimento de que ele foi juiz Municipal e de Órfãos do Termo de Campo Largo e Palmeira (1880), primeiro juiz da Comarca de Tibagi (1890), e juiz de Direito da Comarca de Ponta Grossa (1892). Era casado com Adelaide Santos Müller Teixeira, com quem teve uma única filha: Itacelina de Bittencourt. (Cintia Végas)

Serviço: O memorial é aberto a toda comunidade. Quem tiver informações e materiais sobre antigos procuradores-gerais, podendo contribuir com o acervo do memorial, deve entrar em contato com o MP através dos números (41) 250-4858 e 250-4779 ou do e-mail lolara@pr.gov.br. O memorial fica na esquina entre as avenidas Marechal Floriano Peixoto e Iguaçu.

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