A situação precária da BR-116, entre Curitiba e o município de Mandirituba – onde os acidentes mais que dobraram de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado (passaram de 77 para 167, segundo a Polícia Rodoviária Federal) – foi mostrada por O Estado na última semana.

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Agora, motoristas que transitam com freqüência pela rodovia estão encabeçando uma campanha em prol da duplicação urgente da estrada, no trecho de cerca de sete quilômetros entre a capital e a cidade de Fazenda Rio Grande.

É o caso do coordenador de segurança do trabalho Carlos Roberto Camello, que viaja diariamente entre Curitiba e Fazenda, e está cansado de enfrentar congestionamentos, principalmente em horários de pico e dias de retorno de feriados. Ele acha absurdo o trecho entre os dois municípios ainda estar em pista simples.

“É desumano o trânsito no local nos inícios de manhã e finais de tarde. Outros municípios – como Araucária, Campo Largo, São José dos Pinhais, Pinhais, Piraquara e Quatro Barras – têm conexão com pistas duplas. Não entendo porque Fazenda Rio Grande não tem”, declara.

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O caminhoneiro Felício Sadlowski, que realiza diariamente o percurso não duplicado, conta que, em horário de pico, já levou uma hora para ir da Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR) até a ponte do Rio Iguaçu (respectivamente onde o trecho de pista simples começa e termina).

“Já presenciei diversos acidentes no trajeto, pois as pessoas ficam irritadas com a lentidão do trânsito e, na tentativa de ganhar tempo, começam a se arriscar”, conta.

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Evitar o trecho é a solução encontrada pelo engenheiro Gustavo André Leitis. Sempre que pode, ele faz um desvio pelos municípios de Palmeira, São João do Triunfo e São Mateus do Sul para ir em direção ao Sul do País.

“O caminho é mais longo, mas prefiro adotá-lo do que ter que passar pelo trecho de pista simples entre a capital e Fazenda Rio Grande, onde as ultrapassagens são impossíveis e os motoristas dificilmente conseguem chegar a sessenta quilômetros por hora”, diz.

Concessionária

A concessionária OHL Brasil, que assumiu a administração do trecho no último mês de fevereiro, informa que a duplicação será realizada, mas que ainda não há data prevista para o início das obras. O prazo dado pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para que tudo esteja concluído é dezembro de 2012.