Motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo de Curitiba desistiram de realizar uma greve contra a proposta apresentada pelas empresas de ônibus para o pagamento do 13.º salário. A categoria entrou em acordo com os empresários e aceitou o parcelamento da remuneração em quatro parcelas quitadas ainda neste ano. O primeiro depósito foi realizado ontem.
O acerto foi definido ontem durante audiência realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT). Após diversas negociações, patrões e empregados definiram a proposta que definiu o pagamento da metade da primeira parcela (25%) em 30/11 e a segunda metade no dia 11/12. A segunda parcela também será dividida em dois pagamentos, realizados nos dias 20 e 28/12. Além disso, os trabalhadores irão receber no mês de março um abono de 3% sob o salário de dezembro como compensação pelo atraso no pagamento.
As empresas de ônibus alegam que passam por problemas financeiros, por isso não teriam condições de realizar os pagamentos. No entanto, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) garante que o acordo será cumprido integralmente. “Diante das dificuldades, foi a negociação possível, que menos prejuízos pode causar aos trabalhadores, além de prevenir graves transtornos à comunidade, já que um possível agravamento da situação poderia até se desdobrar em paralisação do serviço de transporte público da cidade e da região metropolitana”, avalia o procurador regional do trabalho Luercy Lino Lopes, que conduziu a audiência.
Para os trabalhadores o resultado da negociação não foi satisfatório, o vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc), Dino César Morais de Mattos, acredita que a escolha evitou uma batalha judicial. “Entendemos a revolta dos trabalhadores, mas ao invés de aumentar o problema preferimos optar pelo acordo”, disse. Mattos ressalta ainda que o problema não se resume apenas ao 13.º salário. De acordo com ele, os salários e os benefícios estão atrasando constantemente.