Insegurança na CIC

Motoristas e cobradores estão indignados com assaltos

Motoristas e cobradores que trabalham na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) estão sofrendo com os constantes assaltos nos ônibus e estações-tubo de toda a região. Não há um número oficial, mas para se ter uma ideia do tamanho do problema, na semana passada o cobrador Rodrigo Augusto da Silva, que trabalha na linha Independência/CIC, foi até o Centro de Atendimento Integrado ao Cidadão, o Ciac-Sul, para fazer seu 22º Boletim de Ocorrência (BO) relativo a assalto a ônibus.

O motorista Ivan Rodrigues Pacheco, que hoje faz a linha Fazendinha-Tamandaré, afirma que outras linhas de ônibus que atendem a região também sofrem com os assaltos. “Todos os dias escutamos histórias de roubo, assalto. E sempre nos mesmos lugares. Hoje uma das linhas mais perigosas é a Trabalhador. Volta e meia é assaltada”, conta.

Ainda de acordo com o motorista, os bandidos sempre agem da mesma maneira. “Chegam armados e já vão logo pedindo o dinheiro. Se tem cofre, eles nem ligam. Como sabem que não vai acontecer nada, esperam tranquilamente o cobrador abrir e pegar o dinheiro. E muitas vezes nem fazemos boletim de ocorrência, porque até ir à delegacia e fazer, demora muito. Já cheguei a dividir o prejuízo com um cobrador. Tiramos R$ 15 do bolso para devolver ao caixa”, diz.

Um outro motorista, que preferiu não se identificar, afirma que nas redondezas da Vila Verde, na CIC, e da estação da Copel, já próximo ao bairro Fazendinha, a situação é complicada. Ele conta que à noite tem motoristas que não param quando desconfiam de um passageiro. “Veja a que situação chegamos: o medo é tanto que temos que selecionar quem vai entrar no ônibus”, diz.

Pontos críticos serão mapeados

Segundo Anderson Teixeira, presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), está sendo elaborado um relatório com os números recentes de assaltos para ser entregue às autoridades. “Estamos levantando os dados junto às empresas de ônibus para identificarmos os locais com mais ocorrências. Feito isso, vamos sentar com a Polícia Militar e Guarda Municipal para pedir uma solução”, afirma. Teixeira conta que os assaltos não ocorrem apenas na CIC. “Temos muitas ocorrências nos tubos do Alto Boqueirão e também na Fazenda Rio Grande. Mas o problema é na cidade toda”.

De acordo com tenente-coronel Carlos Sussumu Ota, comandante do 13º Batalhão, responsável pela segurança da região da CIC, a Polícia Militar vai solicitar os números deste tipo de ocorrência na região para definir uma estratégia de ação. “Vamos checar os dados e a partir deles decidir o que vamos fazer. Dependendo do resultado, podemos intensificar o policiamento ostensivo ou realizar ações mais pontuais, como já fizemos em outros bairros de Curitiba”, promete.

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