Motoristas comemoram seu dia

Reza a lenda que motorista curitibano é ruim de direção. Mito ou não, a realidade é que muitas vezes São Cristóvão ? o santo protetor dos motoristas ? é invocado nas horas de perigo. E ele deve ser lembrado especialmente hoje, quando se comemora o Dia de São Cristóvão e também do Motorista.

“O motorista curitibano começou a respeitar o limite mesmo onde não há equipamentos como radar ou lombada eletrônica. Isso é um bom sinal”, aponta a gerente de operação de trânsito da Diretran, Léa Hatschbach. Apesar disso, ainda é o excesso de velocidade a principal causa de multas na capital ? cerca de 60%, segundo dados da Diretran. Em seguida aparecem os itens “estacionar em desacordo com a sinalização” (20%), avançar sinal vermelho, usar o telefone celular enquanto dirige, estacionar em lugar proibido e fazer conversões irregulares. Só no ano passado, a Diretran emitiu cerca de 400 mil multas.

Segundo Léa, apesar do grande número de infrações, o que chama a atenção é que 76% da frota ? em Curitiba, há cerca de 735 mil veículos -não foram multados, enquanto 13% receberam uma única multa e 10% cometeram mais infrações.

No caso de acidentes, o desrespeito à sinalização ainda é a principal causa das colisões, segundo Léa. “A maioria dos acidentes acontece onde há semáforos”, informa, acrescentando que 90% das colisões acontecem por falha humana, enquanto os outros 10% são por falha mecânica e má sinalização.

Mal-educado

Gilson Kulik, de 33 anos, engrossa a opinião daqueles que acreditam que o curitibano é “barbeiro” no volante. Ex-bancário e taxista há seis meses, ele passa quase dez horas no trânsito e conhece bem o perfil do motorista da capital. “O pessoal não respeita a sinalização, é mal-educado e não sabe dirigir direito”, desabafa. Para ele, a situação piora quando chove. “O curitibano não sabe andar na chuva, engarrafa tudo, faz a maior confusão”, completa. Com tantos problemas que vê, Kulik promete abandonar a função em pouco tempo. “O trânsito está me deixando estressado.”

Taxista há 25 anos, Henrique Schmidt conta que já se acostumou com as intempéries do trânsito. Para ele, a fama de motorista ruim não lhe cabe. “Sou um ótimo motorista”, afirma. Em mais de vinte anos, conta ele, a atenção e o cuidado têm que ser redobrados. “Antigamente, eram poucos carros. A gente podia dirigir meio de qualquer jeito. Hoje não, ficou mais difícil.”

Bênção

Em comemoração ao Dia do Motorista, os frades capuchinhos da Igreja das Mercês estará abençoando os carros hoje, das 8h às 11h30 e das 14h às 17h. Já na Paróquia São Cristóvão ? santo protetor dos motoristas ? haverá bênção no próximo domingo, durante procissão que acontece a partir das 10h. A paróquia fica na Rua Santa Catarina, 1750, Vila Guaíra.

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